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China avalia custo econômico do coronavírus em meio a crise de proibições de viagem

Os custos econômicos e diplomáticos da epidemia de coronavírus da China aumentaram nesta segunda-feira, já que investidores provocaram uma redução de 400 bilhões de dólares no valor das ações e o governo acusou os Estados Unidos de reagirem com exagero ao surto e causarem pânico.

O número de mortes do vírus recém-identificado na China, que emergiu na cidade de Wuhan, na província central de Hubei, em dezembro, chegou a 361 no domingo – até o dia anterior era de 57, disse a Comissão Nacional de Saúde.

Os mercados chineses despencaram na primeira sessão realizada após o longo feriado do Ano Novo Lunar, que começou em 23 de janeiro, quando o vírus só havia tirado 17 vidas em Wuhan.

Desde então, o vírus semelhante à gripe foi declarado uma emergência global e se disseminou em cerca de duas dúzias de outros países e regiões. No domingo se comunicou a primeira morte fora da China, a de um chinês de 44 anos que morreu nas Filipinas depois de partir de Wuhan.

Wuhan e algumas outras cidades permanecem virtualmente interditadas e sujeitas a restrições de viagem severas. A China enfrenta um isolamento internacional crescente, além de restrições em voos de chegada e partida do país e proibições a viajantes chineses.

Pequim apontou o dedo para os EUA, dizendo que o país agiu para criar e espalhar medo, ao invés de oferecer qualquer assistência significativa.

Os EUA foram a primeira nação a sugerir uma retirada parcial de seu corpo diplomático e a primeira a impor uma proibição de viagem a viajantes chineses, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.

“Tudo que eles fizeram só poderia criar e espalhar medo, o que é um mau exemplo”, disse Hua em um briefing pela internet, acrescentando que a China espera que os países mostrem avaliações e reações sensatas, calmas e baseadas na ciência.

As relações com Washington se tensionaram ao longo do último ano, principalmente por causa do comércio.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto uma emergência global de saúde de relevância internacional, mas também disse que proibições de viagem são desnecessárias.

“Não existe motivo para medidas que interferem desnecessariamente com as viagens e o comércio internacionais”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

China não aceitou ajuda dos EUA sobre coronavírus, diz Casa Branca

A China tem sido mais transparente sobre o coronavírus do que em crises anteriores, mas Pequim ainda não aceitou uma oferta dos Estados Unidos para ajudar a conter a epidemia, afirmou o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Robert O´Brien, neste domingo.

“Até agora os chineses têm sido mais transparentes que em crises passadas e nós apreciamos isso”, disse O’Brien em entrevista a um programa de televisão nos EUA.

Entretanto, Pequim ainda não respondeu às ofertas de ajuda dos centros de controle de doenças e de outros profissionais de saúde dos EUA.

“Não tivemos resposta deles ainda sobre as ofertas, mas estamos preparados a continuar cooperando com eles”, disse O’Brien.

China tenta ancorar economia e primeira morte de novo coronavírus ocorre fora do país

A China elevou neste domingo medidas para conter a epidemia de coronavírus e ancorar a economia atingida por restrições de viagens e fechamentos de empresas, enquanto a primeira morte causada pela infecção foi registrada fora do país.

Um chinês de 44 anos de idade da cidade de Wuhan, na província de Hubei, epicentro da epidemia, viajou para as Filipinas e morreu lá no sábado, informou o Departamento de Saúde das Filipinas.

O surto do novo coronavírus ainda é “grave e complicado” disse o vice-governador de Hubei, Xiao Juhua, em entrevista a jornalistas.

Um total de 304 pessoas morreram vítimas do coronavírus na China, informou a Comissão Nacional de Saúde neste domingo. As infecções na China subiram para 14.380 até o sábado, depois de registrarem o maior aumento diário, disse a comissão.

Outros 171 casos adicionais foram reportados em mais de 20 países e regiões, incluindo Estados Unidos, Japão, Tailândia, Hong Kong e Inglaterra. No Brasil, onde ainda não há registro de infecções confirmadas, os casos suspeitos subiram no sábado de 12 para 16.

A China está enfrentando crescente isolamento, conforme são adotadas restrições de viagens por outros países, companhias aéreas suspendem voos e governos retiram seus cidadãos da nação asiática. O pânico arrisca gerar uma desaceleração ainda maior da segunda maior economia do mundo.

O banco central da China afirmou que vai injetar 1,2 trilhão de iuans (173,8 bilhões de dólares) em liquidez aos mercados na segunda-feira, em uma medida para preparar o país para a reabertura das bolsas após o prolongado feriado do Ano Novo Lunar.

Em Pequim, alguns shopping centers continuaram abertos durante o feriado, mas funcionários usando máscaras ficaram do lado de fora das lojas para testar a temperatura dos clientes. Muitas outras lojas e cafés da capital chinesa e de outras cidades preferiram fechar as portas.

“Não podemos ficar sem trabalhar e ficar sem dinheiro. Eu prefiro trabalhar a ter de ficar em casa sem fazer nada”, disse Wu Caixia, um funcionário de um restaurante, em Pequim.

 

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