O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse nesta quinta-feira que a Turquia enviará tropas para a Líbia, já que o país fez o convite, e apresentará legislação ao Parlamento em janeiro para aprovação.
A Turquia assinou dois acordos separados há um mês com o governo da Líbia reconhecido internacionalmente de Fayez al-Serraj, um sobre segurança e cooperação militar e outro sobre fronteiras marítimas no leste do Mediterrâneo.
O Governo de Acordo Nacional (GNA), de Serraj, vem liderando uma ofensiva que dura meses contra forças de Khalifa Haftar no leste da Líbia, que receberam apoio de Rússia, Egito e Emirados Árabes Unidos.
“Como existe um convite (da Líbia) no momento, nós o aceitaremos”, disse Erdogan em um discurso a membros de seu partido AK. “Vamos colocar o projeto de lei de envio de tropas para a Líbia na agenda assim que o Parlamento começar os trabalhos.”
A legislação deve ser aprovada entre 8 e 9 de janeiro, acrescentou.
O governo russo manifestou preocupação com a possibilidade de um destacamento militar turco para a Líbia em apoio ao GNA, enquanto Erdogan disse na semana passada que a Turquia não ficará calada diante de mercenários apoiados pela Rússia que defendem Haftar.
Presidente da Turquia discute cessar-fogo na Líbia durante visita surpresa à Tunísia
O presidente turco, Tayyip Erdogan, fez uma visita surpresa à Tunísia nesta quarta-feira para discutir cooperação para um possível cessar-fogo na vizinha Líbia, onde Ancara apoia o governo reconhecido internacionalmente.
Erdogan, em uma entrevista coletiva conjunta com o presidente tunisiano Kais Saied, também reafirmou a vontade de Ancara para enviar tropas à Líbia, se receber esse pedido.
A visita de Erdogan a Tunis aconteceu um mês depois de Turquia e Líbia assinarem dois acordos separados, um de fronteiras marítimas na parte leste do Mediterrâneo e outro de cooperação de segurança e militar.
A Turquia apoia o Governo do Acordo Nacional (GNA) de Fayez al-Serraj, que tem lidado com a ofensiva de meses das forças de Khalifa Haftar, no leste da Líbia.
Erdogan, o primeiro chefe de Estado a visitar Tunis desde a ampla vitória eleitoral de Saied em outubro, disse que os acontecimentos na Líbia estavam tendo efeitos negativos em países vizinhos, incluindo a Tunísia.
“Discutimos os possíveis passos que podemos tomar e oportunidades de cooperação com o objetivo de estabelecer um cessar-fogo na Líbia assim que possível e voltar ao processo político”, disse Erdogan.
No sistema político híbrido da Tunísia, o primeiro-ministro controla a maioria das áreas políticas, e o presidente lida com relações exteriores, defesa e segurança. O principal interesse de política externa da Tunísia tradicionalmente é manter laços fortes com seus dois vizinhos muito maiores, Argélia e Líbia.