O governo dos Estados Unidos anunciará planos para retirar cerca de 4 mil soldados do Afeganistão nesta semana, informou a imprensa americana. As conversas entre a administração do presidente Donald Trump e os talibãs foram retomadas há uma semana, com o objetivo de obter um acordo que reduza a violência ou que alcance um cessar-fogo.
No entanto, essas negociações foram interrompidas na quinta-feira, após um ataque reivindicado pelo Talibã perto de Bagram, uma importante base aérea americana de Cabul, que deixou dois civis mortos e mais de 70 feridos. Atualmente, 13 mil soldados dos Estados Unidos estão no Afeganistão.
Autoridades americanas e ex-autoridades informaram que o governo Trump pretende anunciar a retirada de 4.000 soldados do Afeganistão. Duas fontes disseram que alguns militares seriam transferidos em breve e outros não seriam substituídos quando terminassem sua missão.
A emissora de televisão CNN citou uma autoridade americana que disse que o anúncio de uma retirada poderia ocorrer esta semana, mas "o momento oportuno está mudando". O Departamento de Estado não respondeu neste domingo a um pedido da AFP para comentar o assunto, e o Pentágono enviou perguntas à Casa Branca, que não respondeu imediatamente.
De acordo com um projeto de acordo apresentado em setembro, elaboradoapós anos de negociações, o Talibã teria que se comprometer com certas medidas de segurança, concordar em conversar com o governo afegão e prometer uma redução da violência em troca da retirada das tropas americanas.
Em 28 de novembro passado, ao fazer uma visita surpresa à base aérea de Bagram para comemorar o Dia de Ação de Graças com as tropas e se encontrar com o presidente afegão Ashraf Ghani, Trump insistiu na necessidade de um cessar-fogo. O presidente dos Estados Unidos havia indicado previamente que quer acabar com o envio de militares americanos para o exterior o mais rápido possível.