Tenente Felipe Bueno E Tenente-Coronel Santana
A coordenação de um treinamento com mais de 50 aeronaves em duas sedes não é tarefa fácil. Para isso, a Força Aérea Brasileira (FAB) conta com o trabalho dos Esquadrões do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC). Com equipamentos nas Alas 3, em Canoas (RS), e 4, em Santa Maria (RS), os esquadrões do 1º GCC apoiam o Exercício Operacional (EXOP) Tinia para garantir a integração entre os militares atuando na Direção do Exercício nas duas Organizações Militares e o controle de operações aéreas militares.
O Comandante do Segundo Esquadrão do 1º GCC (2º/1º GCC) – Esquadrão Aranha, Major Aviador Diego Ilvo Hennig, falou sobre a participação da Unidade no EXOP, atuando desde o controle do espaço aéreo até os briefings diários entre as Alas, realizados por videoconferência com o apoio do Grupo. "Essa é uma oportunidade muito grande para os controladores atuarem presencialmente tanto nos briefings quanto nos debriefings e, assim, fazer parte da equipe. Os pilotos estarão em voo empregando as táticas e manobras específicas para eles, enquanto os controladores estarão aqui no solo apoiando e dando o suporte necessário", disse.
O EXOP Tinia também é uma oportunidade de treinar o próprio efetivo do 1º GCC, cujos técnicos e equipamentos são empregados tanto em Canoas quanto em Santa Maria. "Como essa operação envolve uma estrutura muito grande, o 1º GCC tem diversos equipamentos envolvidos e, para conseguir montar essa estrutura, temos a participação de todos os Esquadrões que são pertencentes ao Grupo. Então, aqui tem técnicos e equipamentos de todos os Esquadrões e nós conseguimos montar a estrutura solicitada para esse Exercício. Essa é uma característica do 1º GCC, todos os Esquadrões já atuam em conjunto há bastante tempo", acrescentou o Major Hennig.
Célula de Avaliação do Desempenho Operacional (CADO)
Outra atividade realizada na estrutura montada pelo 1º GCC é determinante para o bom aproveitamento do Tinia. Por meio da comunicação com os pilotos nas aeronaves empregadas e do monitoramento das atividades aéreas militares, a Direção do Exercício cria todo o ambiente simulado em tempo real, passando aos pilotos a situação baseada em manobras efetivas ou não. Após as missões, a CADO também é responsável por um debriefing detalhado dado aos pilotos. A atividade exige a integração de militares subordinados ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e ao Comando de Preparo (COMPREP).
O Major Aviador Fernando Portugal Ráfare Ribeiro, do efetivo do COMPREP, explica a importância da validação técnica dos resultados dos empregos de armamentos ar-ar, ar-solo e das ações das Aviações de Transporte e de Asas Rotativas. "A aprendizagem é muito baseada na percepção do aluno ou dos envolvidos do que foi aquela missão. A CADO se esforça para mostrar o que realmente aconteceu no voo e, baseado nisso, no momento em que os pilotos enxergam claramente como foi o voo, eles têm um aprendizado com maior valor agregado", afirma.
Para tanto, a estrutura envolve pilotos, controladores e militares especializados em Defesa Antiaérea. "A oportunidade para os pilotos estarem aqui, operando a mesma console dos controladores, gera um intercâmbio de conhecimento muito grande. O controlador tem contato com o piloto e este enxerga também as ferramentas e as dificuldades que o controlador tem para controlar o combate", explica.
Fotos: Sargento Bianca Viol/CECOMSAER