Capitão-Tenente Fabrício Costa
Militares do Ministério da Defesa, das Forças Armadas brasileiras e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) se reuniram, nesta terça-feira (12), em Belém (PA), para debater o futuro da Amazônia. O encontro integra as atividades da 1ª edição da Amazon Security & Defense Exhibition (ASDX), o maior evento de defesa e segurança realizado na Amazônia. O evento teve início hoje.
Coube ao Comandante Militar do Norte (CMN), General de Exército Paulo Sérgio, abrir o seminário com o tema: “Defesa e proteção da Amazônia Brasileira”. Ele destacou as peculiaridades da atuação na região. “O CMN tem apenas seis anos de criação e eu sou só o terceiro comandante, mas já entendemos que para operar dependemos do regime dos rios, dos efeitos das chuvas, dos rios com cachoeiras e da construção de pontes”, destacou o General.
Em seguida, foi a vez do Comandante Militar da Amazônia (CMA), General de Exército César Augusto Nardi, ressaltar os obstáculos que as Forças Armadas encontram para garantir a soberania nacional na região de fronteira.
“Há toda uma dificuldade logística. As distâncias são enormes. Só podem ser percorridas por aeronaves ou navios. Só para dar um exemplo, de Manaus a Cruzeiro do Sul (Acre), nós levamos 43 dias de navio para ir e voltar. Na Amazônia Ocidental, são mais de 9 mil km de fronteira que estão lado a lado com cinco países”, disse.
Ao longo do painel “A Amazônia brasileira e a Estratégia Nacional de Defesa”, o Comandante do 4º Distrito Naval, Vice-Almirante Newton de Almeida Neto, afirmou que a Marinha aumentou o efetivo de militares na Amazônia e também fez uma redistribuição do seu pessoal.
“Criamos as agências de Caracaraí e de Oiapoque, além do esquadrão HU-41, com três aeronaves Super Cougar. Também redimensionamos o 1º e 2º Batalhões de Operações Ribeirinhas”, lembrou o Almirante.
Por outro lado, o Secretário de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional do GSI/PR, Brigadeiro do Ar Ary Soares Mesquita, defendeu que é preciso haver mais investimentos em recursos humanos, nos lugares mais sensíveis, para a defesa do território nacional.
“É muito difícil manter os homens na faixa de fronteira. Temos que aumentar o incentivo para as agências também irem para a fronteira. Depende da capacidade financeira do Brasil”, ressaltou.
A Amazon Security & Defense Exhibition conta com 15 estantes, entre eles o do Ministério da Defesa, da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira. O evento ocorre até a quinta-feira (14), das 10h às 18h, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, na capital paraense. Há mostras de materiais e tecnologias de defesa, além do I Seminário de Defesa e Proteção da Amazônia e o lll Seminário Internacional de Operações na Selva.
Fotos: Cabo Max/MD