Capitão Tenente Fabrício Costa
O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, proferiu a palestra “O Brasil, as Forças Armadas e a Defesa no cenário atual”, na quinta-feira (7), no segundo dia do seminário “O Brasil em Transformação”, promovido pelo Superior Tribunal Militar (STM).
Inicialmente, o ministro destacou a importância das Forças Armadas para a formação e a manutenção do território brasileiro. Em âmbito exterior, ele lembrou a participação dos militares brasileiros em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), desde que a instituição internacional foi criada, em 1945.
“Atualmente, temos 270 militares espalhados em forças de paz. No Líbano, há a Força-Tarefa Marítima UNIFIL e também estamos presentes no Congo. Participamos de 40, das 72 operações realizadas pela ONU”, disse.
O Ministro da Defesa ressaltou que as Forças Armadas são um seguro que precisa ser pago para garantir a soberania nacional. Elas precisam ser “oxigenadas” para conseguirem cumprir as suas missões constitucionais. Os projetos prioritários do MD são a reestruturação das Forças Armadas e da carreira militar.
Ele citou os projetos estratégicos da Marinha, Exército e Aeronáutica, como: os blindados Guarani, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sinfron), o Astros 2020, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos, os Navios Classe Tamandaré, o KC-390, o FX-2 Gripen NG e os Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE).
Operação Verde Brasil
Além disso, o Ministério da Defesa esteve à frente da Operação Verde Brasil, que também contou com a colaboração de agências federais, estaduais e municipais, e foi concluída em 24 de outubro. Azevedo apresentou à plateia os resultados dessa missão. Foram empregados 9.772 militares e 1.065 integrantes de agências governamentais. Ao todo, as Forças Armadas montaram 40 bases ao longo da Amazônia Legal. Foram combatidos 1.407 focos de incêndio terrestres e 428 aéreos. Aplicados 352 termos de infração, o que resultou em multas de R$ 141 milhões.
“Foi uma pressão internacional muito grande em cima da Amazônia Legal, que é quase do tamanho da Europa Ocidental, uma área extensa. É como se eu tivesse uma sede na Polônia e fizesse uma operação em Portugal ou sede na Ucrânia e estivesse operando na Espanha. E assim foi feito. As Forças Armadas agiram muito rápido”, garantiu.
Em relação à Operação Amazônia Azul, o ministro disse que as Forças Armadas brasileiras reagiram rapidamente e estão atuando em três vertentes. “Temos três objetivos: a limpeza ou contenção dos danos, o monitoramento e apuração de responsabilidade, que é a investigação. É uma operação com logística de guerra. A Marinha deslocou o que era para ser a Operação Dragão, do Espírito Santo para o Nordeste”, destacou.
Fernando Azevedo lembrou que a Operação Acolhida, em Boa Vista e Pacaraima, no Estado de Roraima, apresentou números expressivos no espaço de um ano. Nesse período, 6.082 pessoas foram abrigadas em Boa Vista e 956 em Pacaraima. Ao todo, 21. 842 venezuelanos foram interiorizados em 24 unidades da Federação. Houve o emprego de 622 militares nesse período.
Por fim, o ministro afirmou que o Brasil é o maior país da América Latina, porém é o sétimo em investimento nas Forças Armadas, apesar de possuir dimensões continentais. Marinha, Exército e Força Aérea precisam defender 8,5 milhões de km2 de território. O Brasil é o quinto maior país em extensão no mundo. São 16.865 km de fronteira, a terceira maior do planeta. Existem fronteiras com 10 países. São 4,5 milhões de km2 de Águas Jurisdicionais Brasileiras e 22 milhões de km2 de espaço aéreo.
“Nós já tivemos 136 Decretos de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e entramos em operação em mais de 8.500 dias, com pouca repercussão no STM. A faixa de fronteira é enorme, os rios são penetrantes. A nossa costa se debruça sobre quase todo o Atlântico Sul. Somos um território muito rico”, finalizou o Ministro da Defesa, em palestra no Superior Tribunal Militar.
Fotos: Alexandre Manfrim