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Relatório Otálvora: Grupo de Puebla coloca presidente na Argentina

EDGAR C. OTÁLVORA
@ecotalvora
Matéria publicada originalmente em espanhol no
Diario Las Américas, Miami, USA

 
Em seu discurso de vitória, Alberto Fernández cumprimentou e pediu a liberdade de Lula da Silva a quem ele havia visitado, em   04JUL2019, em sua cela em Curitiba, Brasil. O governo de Jair Bolsonaro rejeitou fortemente a posição do presidente eleito na Argentina.

O Grupo de Lima está convocando uma reunião de Ministros das Relações Exteriores dos países membros para 08NOV2019, que será realizada no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. A reunião de Brasília, provavelmente a última da qual o governo argentino participará, focaria na especificação de novas medidas de pressão sobre o regime chavista. "Definir mais pressão" foi a resposta de um alto funcionário diplomático de um dos países da América do Sul que compõe o Grupo quando questionado sobre o objetivo da reunião.
 
Na mídia diplomática, há a versão segundo a qual os governos do Equador e El Salvador, cujos representantes participaram como observadores nas últimas reuniões, anunciaram sua decisão de ingressar formalmente no Grupo de Lima.
 
A propósito, uma semana após a reunião do Grupo Lima, os dois grandes aliados do governo Maduro chegarão a Brasília: os líderes da Rússia e da China, Vladimir Putin e Xi Jinping, que participarão da XI Cúpula dos países do BRICS de qual Jair Bolsonaro é o anfitrião.
 
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Islândia, Liechtenstein, Noruega, Suíça, Macedônia do Norte, Montenegro, Albânia, Moldávia, Armênia e Geórgia impuseram sanções a sete funcionários do aparato de segurança do regime chavista. Esses países, que não fazem parte da União Europeia, aderiram à decisão da 26SET2019, segundo a qual o Conselho da União Europeia decidiu sancionar sete autoridades venezuelanas identificadas como “graves violações dos direitos humanos, em particular tortura, cometidas por membros das forças de segurança e serviços de inteligência da Venezuela em apoio ao regime ". Já em 2018, esse grupo de países, alguns deles em processo de adesão à UE e outros como membros do “Espaço Econômico Europeu”, aderiram às sanções impostas a dezoito líderes do chavismo. Os vinte e cinco atingidos tem a proibição de viajar aos países e seus bens serão congelados.
 
A propósito, os governos membros do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, TIAR, pretendem concluir, antes do final de novembro, uma primeira lista de funcionários de Chávez acusados ??de “atividades ilegais de lavagem de dinheiro, tráfico ilegal de drogas, terrorismo e seu financiamento e financiamento”. Ligados a redes transnacionais de crime organizado "ou" que participaram de atos de corrupção ou violações graves dos direitos humanos ". As reuniões de trabalho ocorrem em Washington e participam representantes da Argentina, Bahamas, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, EUA, Guatemala, Honduras, Haiti, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e o governo de Juan Guaidó.. Uruguai e Trinidad e Tobago abstêm-se de participar desta atividade.
 
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Os resultados das eleições presidenciais na Argentina impactarão o cenário político da América do Sul. O peronista Alberto Fernández, que era o mais alto funcionário dos governos de Néstor e Cristina Kirchner como chefe de gabinete, conseguiu ganhar a presidência que começará a ocupar a partir, de 10DEZ2019. A vice-presidência da Nação e do Senado, bem como a primeira opção na sucessão presidencial na ausência do titular, estarão nas mãos de Cristina Kirchner. Vários tribunais argentinos ordenaram a prisão do ex-presidente processado por notórios casos de corrupção. Até agora, Kirchner escapou da prisão usando seus privilégios como senador.
 
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Desde sua campanha eleitoral, Alberto Fernández havia anunciado que a linha de ação internacional da Argentina teria uma reviravolta no que diz respeito à direção imprimida por Mauricio Macri, especialmente no que diz respeito ao tratamento da crise venezuelana.

A Frente de Todos, a coalizão que apresentou a candidatura de Fernandéz, levou Buenos Aires a uma longa lista de figuras da esquerda internacional para acompanhar os votos do 27OUT2019. Entre os convidados estavam o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil e atual operador internacional do Lulismo Celso Amorim, secretário de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores do Brasil e secretário executivo do Fórum de São Paulo Mónica Valente, socialista chileno Marco Enriquez -Ominami e o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. Enrique-Ominami, Zapatero, Lugo e Alberto Fernández fazem parte dos fundadores do “Grupo de Puebla”, o novo aparato de propaganda da esquerda continental que já colocou um deles na frente de um governo.
 
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A chegada de Mauricio Macri à Presidência, em 10DEZ2015, significou o início de uma diplomacia argentina muito ativa, confrontando o regime chavista. Juntamente com o então presidente paraguaio Horacio Cartes e reforçada com a ascensão de Michel Temer à presidência brasileira, em 31AGO2016, a Argentina liderou a primeira operação regional buscando isolar o governo de Nicolás Maduro. No dia 05AGO2016, reunidos no Rio de Janeiro, Macri, Temer e Cartes decidiram não permitir que Maduro assuma a Presidência Pro Tempore do Mercosul pelo segundo semestre daquele ano e condicionar a presença da Venezuela para cumprir as regras do grupo sob pena de suspensão. Em 16DEZ2016, os quatro países fundadores do Mercosul aplicaram à Venezuela a "cessação do exercício dos direitos inerentes ao status de Estado Parte no Mercosul". Depois, em 05AGO17,
 
Enquanto a primeira chanceler do governo Macri, Susana Malcorra, que procurava a Secretaria-Geral da ONU, impedia ações contra o regime chavista, a difícil posição de Macri era um dos componentes-chave da aliança continental que permitia ao Secretário-Geral Luis Almagro, da OEA, avança sua agenda de pressão sobre Maduro. A presença de Donald Trump desde janeiro de 2017 na Casa Branca e seu intenso ativismo na “questão da Venezuela” fizeram Macri ceder seu papel como o principal condutor da linha dura contra Maduro, mas a Argentina de Macri foi igualmente essencial para houve a criação do grupo Lima e a dissolução da UNASUL.
 
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Seguindo o caminho já seguido pelo governo mexicano de Andrés Manuel López Obrador, o novo governo argentino deixará o Grupo de Lima sobre a Venezuela. Com a mudança de posição ideológica, espera-se que a Argentina suspenda as sanções que atualmente mantém sobre os líderes de Chávez e abandone o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, TIAR. Na mídia política de Buenos Aires, é fato que o Ministério das Relações Exteriores da Argentina, com Fernández no governo, passaria a retirar o reconhecimento a Elisa Trotta, que o governo Macri reconhece como embaixador enviado por Juan Guaidó.
 
O México é o destino da primeira viagem de Alberto Fernández ao exterior após sua eleição. Como candidato, Fernández procurou uma audiência com a AMLO, mas o governo mexicano optou por esperar pelos resultados das eleições argentinas. Imediatamente após conhecer o escrutínio, de 27OUT2019, os planos para a visita de Fernandez ao México foram reativados, o que já estava marcado para 04NOV2019.
 
Em alguns ministérios das Relações Exteriores do continente, há especulações sobre o surgimento de uma espécie de eixo México-Buenos Aires, como uma aliança de política externa que compensa os EUA, o Grupo de Lima e seus aliados. Dada a política sinuosa da AMLO em relação à Washington, ainda há dúvidas sobre a possibilidade de Fernández obter apoio mexicano para essa ideia. A ala mais esquerda do governo da AMLO, representada no Ministério das Relações Exteriores do México pelo subsecretário Maximiliano Reyes Zúñiga, estaria fazendo uma oferta a favor de um entrincheiramento com o novo governo argentino. Fernandez viaja para o México acompanhado pelo peronista Felipe Solá, ex-governador da província de Buenos Aires e que está sendo mostrado como o próximo ministro das Relações Exteriores da Argentina.


 

AMLO (Direita) e Fernandez reunem-se na segunda, na Cidade do México.


Segundo a imprensa argentina, a visita de Fernández à Cidade do México teria sido coordenada pelo chileno Marco Enríquez-Ominami em nome do Grupo de Puebla. Fernández estará de volta à Argentina no meio da semana, porque não por coincidência, o Grupo de Puebla começará sua segunda reunião plenária no dia 08NOV2019, em Buenos Aires.
 
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Em seu discurso de vitória na noite, de 27OUT2019, Alberto Fernández cumprimentou e pediu a liberdade de Lula da Silva, que havia visitado, em 04JUL2019, em sua cela em Curitiba, Brasil. O governo de Jair Bolsonaro reagiu intensamente rejeitando a posição do presidente eleito na Argentina. Desde a campanha, Jair Bolsonaro havia solicitado publicamente a votação para Mauricio Macri.
 
No dia 28OUT2018, poucas horas após os resultados das eleições na Argentina serem conhecidos, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, tuitou do Qatar, onde acompanhou Bolsonaro em uma turnê asiática, uma série de mensagens que antecipam o que poderia ser uma ruptura futura entre os dois principais países com impacto sobre Mercosul “Não temos ilusão de que Fernandez-Kirchnerismo possa ser diferente do Kirchnerismo clássico. Os sinais são os piores possíveis. O fechamento comercial, o modelo econômico retrógrado e o apoio às ditaduras parecem ser o que acontece”.

“As forças do mal estão comemorando. As forças da democracia estão lamentando a Argentina. Mas o Brasil continuará do lado da liberdade e da integração aberta.” “A esquerda é totalmente ideológica em apoio aos regimes tirânicos da região. Mas quando se relacionam com democracias (das quais dependem), a esquerda pede "pragmatismo". Curioso. "Pragmatismo" sempre significa que a direita se adapta aos interesses da esquerda. "

Até o momento, o governo brasileiro não cumprimentou Fernández oficialmente por seu triunfo e Bolsonaro já avançou, em  01NOV2019, que não comparecerá à inauguração do novo governo na Argentina, mas descartou "retaliações" brasileiras em relação à Argentina.
 
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A oposição na Bolívia, liderada por líderes civis, rejeita a realização de uma auditoria nas mãos da OEA, descarta a realização de uma segunda volta eleitoral entre Evo Morales e Carlos Mesa, está exigindo a renúncia de Morales, a nomeação de novas autoridades eleitorais e a realização de novas eleições em meados de dezembro das quais Morales não pôde participar. O clima político boliviano mudou rapidamente devido a suspeitas de fraude eleitoral na votação 20OCT19.

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