A fase prática da Instrução de Sobrevivência no Mar para 192 cadetes do 2° ano da Academia da Força Aérea (AFA) ocorre até o dia 30 de setembro, na 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro (EB) (1ª Bda AAAe – Forte dos Andradas), na cidade do Guarujá (SP). O objetivo é proporcionar conhecimentos teóricos e práticos básicos relacionados às técnicas e procedimentos a serem adotados por um militar sobrevivente, após a ocorrência de um acidente no mar.
“Tenho certeza que as dificuldades encontradas são importantes para o amadurecimento e fortalecimento do espírito de corpo dos nossos futuros líderes”, explica o Comandante do Corpo de Cadetes, Coronel Aviador Alessandro Barbosa Arrais de Oliveira.
Os cadetes da Turma Mihos (171 homens e 21 mulheres) são divididos em três grupos e, cada grupo, em três subgrupos. A atividade tem início com o transporte em botes até as balsas de sobrevivência, localizadas a cerca de 800 m da praia. Nessas balsas, os cadetes devem permanecer por 48 horas. Eles recebem rações operacionais para sobrevivência no mar, composta por água, jujuba e chicletes. Além disso, também são entregues itens que compõem os kits de sobrevivência das aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), tais como sinalizadores, lanterna, rádio, material para manutenção da balsa e dessalinizador.
A equipe de instrução, formada por militares da Seção de Instrução Militar do Corpo de Cadetes da Aeronáutica (CCAER), permanece 24 horas em condições de realizar o atendimento e resgate dos cadetes, além de contarem com a presença integral de equipe médica no local.
“Essa atividade nos coloca diante de nossas limitações. São muitas as dificuldades encontradas nos dois dias em que ficamos na balsa, e só conseguimos superar tudo isso colocando a vontade de viver em primeiro plano”, afirma a Cadete Aviadora Ianca Maria Cavalcante Menezes, que participou da primeira turma da atividade.
A instrução deste ano teve uma novidade: uma balsa composta somente por oficiais do Corpo de Cadetes, que também puderam vivenciar essa experiência. “Ter uma balsa com esses militares foi um fator motivacional para todos e também nos conscientizou que, como oficiais, podemos passar pela mesma situação, seja em exercício ou circunstância real”, ressalta o Coronel Arrais.
Para a Tenente Viviane Fernanda Meneghin Soares, da Seção de Psicologia do CCAER, foi uma oportunidade de superação pessoal. “A exposição a esse desafio foi relevante, pois ajudou a controlar minhas emoções negativas e a encarar a situação de forma distinta. Durante as horas que permaneci em alto-mar, busquei estratégias de enfrentamento, utilizando algumas técnicas de modificação de comportamento da psicologia”, comenta a psicóloga.
Já a fase teórica foi realizada nas instalações da AFA, em Pirassununga (SP), nos dias 11 e 12 de setembro, por meio de aulas expositivas e instruções práticas na piscina do Ginásio de Esportes. O encerramento dessa etapa consistiu na realização do Teste de Habilidade Específica (THE), que avaliou os seguintes quesitos: natação, flutuação vertical e nado submerso. Em todas essas situações, os cadetes estavam utilizando o 10º uniforme sem calçados.
Fotos: Tenente-Coronel Venâncio e Capitão Md