Pelo menos três frentes de combate a incêndios em floresta, vegetação rasteira e lavouras estão mobilizando aviões agrícolas pelo País, nessa temporada de calor e tempo seco em boa parte dos Estados.
Na Amazônia, quatro aeronaves estão atuando em Rondônia desde o início da semana – depois de duas delas terem combatidos chamas entre os dias 15 e 19 na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso.
Em São Paulo, outro avião começou a atuar nessa quinta-feira (e continua hoje) em apoio a bombeiros que lutam para controlar o fogo em uma reserva ambiental no município de Castilho, perto da divisa com o Mato Grosso do Sul.
Já em Goiás, três aviões atuam desde julho e já atenderam diversos chamados de produtores para combate às chamas em lavouras no sudoeste do Estado.
No total, já foram mais de 400 lançamentos de água em todos os incêndios, passando dos 450 mil litros de água (em alguns casos com espuma para retardar as chamas).
SÃO PAULO
A frente mais nova de ação é a paulista, que fica na região de Araçatuba. Ali o trabalho está sendo feito com um avião Air Tractor AT-502B, da empresa Imagem Aviação Agrícola, de São José do Rio Preto.
Com capacidade para 1,9 mil litros de água (1.893, para ser exato), a aeronave agrícola está atuando junto com um helicóptero Esquilo do Esquadrão Águia, da Polícia Militar, em ao Corpo de Bombeiros, que mobilizou tem cerca de 40 homens, junto com viaturas autobomba tanque.
Conforme o empresário aeroagrícola Rodrigo Fernandes, que está pilotando na operação, foram cerca de 40 lançamentos feitos pelo avião contra as chamas, desde as 8 horas até o final do dia.
“Cerca de 80 mil litros de água”, comentou, sobre as cargas misturadas com líquido gerador de espuma, para aumentar a eficiência. As operações seguem nessa sexta-feira, contando também com equipe de terra e veículos de abastecimento da empresa aeroagrícola e dos bombeiros.
O governo paulista mantém convênios com empresas aeroagrícolas em diferentes regiões, através da Defesa Civil. As empresas colocam aviões e pilotos à disposição para pedidos de apoio dos bombeiros e realizam treinamentos anuais para atuação em conjunto com a equipes em terra.
RONDÔNIA
Desde o início da semana outros quatro AT-502B estão atuando na Operação Verde Brasil, sob o comando da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, em Porto Velho, e em conjunto com a Força Aérea Brasileira e bombeiros.
Os aviões são operados pela empresa Americasul Aviação Agrícola, de Goiás, que possui convênio com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Duas das aeronaves haviam combatido as chamas no parque da Chapada dos Guimarães entre os dias 15 e 19. Até essa quarta-feira (28) os pilotos da Americasul combateram focos de incêndio em um raio de 80 quilômetros da capital.
Nessa quinta, o grupo foi transferido para uma base na cidade de Machadinho do Oeste, a cerca de 200 quilômetros de Porto Velho. A empresa tem mais quatro aviões de sobreaviso, caso necessite de reforço na Amazônia.
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GOIÁS
No sudoeste goiano, as operações estão a cargo da empresa Aerotex Aviação Agrícola, que montou uma brigada de combate a incêndios contratada pelos produtores.
A operação ali tem ainda caráter filantrópico: a exemplo da temporada de incêndios do ano passado, a empresa deve doar todo o lucro das operações para três entidades de Rio Verde (onde fica a base da empresa): Escola Dunga de Ensino Especializado, Abrigo dos Velhos e Hospital do Câncer de Rio Verde.
No ano passado, quando a ideia da Brigada de Incêndio foi lançada, ela operou apenas em setembro e rendeu R$ 45 mil ao Hospital do Câncer. Este ano, a estrutura colocada no serviço passou de dois para três aeronaves e pilotos – aviões agrícolas Cessna 188, com capacidade para pouco mais de 1 mil litros de água.
Além de um técnico agrícola para apoio em terra. Desde julho, quando começaram as operações, o grupo soma 80 horas de voo em combate a incêndios, com mais de 300 lançamentos contra chamas. As operações seguem até o final de setembro.
O combate a incêndios florestais é prerrogativa da aviação agrícola desde 1969 (pelo Decreto-Lei 917, de 8 de outubro daquele ano). O Brasil tem a segunda maior frota de aviação agrícola do mundo e diversos pilotos agrícolas atuam todos os anos nas temporadas de incêndios pelo País.
Fonte: SINDAG – Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola