Os Estados Unidos, que planejam se desfiliar de um grande acordo de controle de armas no final desta semana, negaram nesta terça-feira a acusação russa de que também pretendem deixar o tratado internacional que proíbe testes de armas nucleares.
Um diplomata russo disse em uma conferência de desarmamento em Genebra que Washington planeja sair do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês) com o pretexto de que Moscou o violou primeiro.
“Parece que, através de uma propaganda em torno de alegações falsas a respeito do cumprimento da Rússia, existem tentativas de preparar a opinião internacional para uma saída dos EUA do CTBT e depois culpar a Rússia por tudo”, disse o vice-embaixador russo em Genebra, Andrey Belousov, à Conferência Para o Desarmamento.
Washington classificou a insinuação como uma “propaganda ardilosa de estilo soviético”.
Os EUA assinaram, mas não ratificaram, o CTBT. O país obedece a proibição do tratado a explosões nucleares praticando uma moratória unilateral aos testes, que o governo do presidente Donald Trump disse que manterá. Belousov falava dias antes do prazo para a saída norte-americana de outro pacto nuclear, o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF).
Os EUA devem deixar o INF no dia 2 de agosto, argumentando que precisam desenvolver suas próprias ogivas para refrear Moscou. A Rússia diz que obedece totalmente o pacto e culpa Washington por orquestrar a ruptura norte-americana.
“Posso dizer com muita firmeza que esse tipo de truque não funcionará novamente”, disse Belousov. O embaixador dos EUA, Robert Wood, disse que o histórico russo de violação de tratados é um padrão bem conhecido.