Centenas de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira em Islamabad para protestar contra os frequentes ataques de aviões não tripulados dos Estados Unidos contra alvos talibãs nas áreas tribais paquistanesas.
A multidão se amontoou na Avenida Jinnah, que termina no Parlamento, agitando bandeiras do partido minoritário Tehree-e-Insaf ("PTI") e cartazes contra os bombardeios de aviões sem piloto, conhecidos como 'drones'.
Esta formação política, dirigida pelo popular ex-jogador de críquete Imran Khan, se destaca por sua retórica antiamericana e, embora não tenha deputados, aspira intervir com força no próximo Parlamento.
Um agente policial calculou que 2 mil pessoas compareceram às manifestações. "Fora América", "Os ataques de ''drones'' destroem a paz" e "Parem os assassinatos extrajudiciários" foram algumas das mensagens mais repetidas pelos manifestantes.
Muitos deles também entoaram cânticos contra o Governo, em particular contra o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari.
A concentração surgiu depois do fim de uma manifestação em Islamabad contra os ''drones'', com a participação de aldeões das áreas tribais reunidos por organizações que denunciam que estes aviões causam um grande número de vítimas civis.
Um dos mais ativos nesta campanha é o advogado paquistanês Shahzad Akbar, que assumiu a defesa de clientes que asseguram ter perdido familiares nestes bombardeios.
EUA e Paquistão não admitem publicamente estes ataques, mas têm um acordo tácito para utilizá-los. Porém este pacto andou cambaleando devido à crise diplomática entre os dois países.
Fontes de inteligência consultadas pela Agência Efe concordam em ressaltar que os 'drones' são muito precisos e que seus bombardeios se aperfeiçoaram com o tempo.
Durante o último ano cresceu o incômodo paquistanês com estes ataques, que se transformaram em uma arma fundamental de Washington na luta contra o terrorismo, especialmente em países com os quais não está em guerra.