O Peru convidou China, Rússia, Cuba, Bolívia, Turquia e dezenas de outros países para irem a Lima, em 6 de agosto, para discussões sobre a crise política na Venezuela, disse nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores peruano.
Nestor Popolizio afirmou que a ideia é reunir países que estão, de certa forma, conectados à crise na Venezuela, com a expectativa de encorajar o diálogo e construir apoio a novas eleições.
Popolizio acrescentou que representantes do governo do autocrata venezuelano, Nicolás Maduro, e da oposição do país não foram convidados. “Não queremos polarizar o encontro”, disse Popolizio em entrevista coletiva.
Guaidó diz que "nunca" será um bom momento para negociar com Maduro
O líder de oposição venezuelano Juan Guaidó disse nesta terça-feira que “nunca” haveria um bom momento para negociar com a “ditadura” do autocrata Nicolás Maduro, descartando uma esperada nova rodada de conversas para encontrar um fim para a crise política que o país vive.
Guaidó e Maduro haviam enviado representantes para Oslo em maio para discussões incentivadas pelo governo da Noruega, mas as partes não conseguiram chegar a qualquer tipo de acordo. No sábado, pessoas familiarizadas com o assunto disseram à Reuters que as negociações seriam reiniciadas nesta semana.
Guaidó disse nesta terça-feira que não havia “anúncio oficial de que ele compareceria a uma nova rodada” de diálogo.
“Nunca será um bom momento para a mediação… com sequestradores, violadores de direitos humanos, e com uma ditadura”, disse Guaidó a jornalistas na Assembleia Nacional controlada pela oposição e dirigida por ele.
Poucos detalhes foram revelados sobre as negociações de Oslo entre os representantes de Maduro e Guaidó, que assumiu uma presidência rival em janeiro e denuncia Maduro como um usurpador ilegítimo que provocou uma recessão nos últimos cinco anos.
Os comentários de Guaidó acontecem enquanto a oposição expressa indignação diante da morte na semana passada do capitão da Marinha Rafael Acosta, enquanto estava detido em custódia militar. A esposa do capitão e grupos de direitos humanos acusam o governo Maduro de torturar Acosta e de recusar esclarecer as circunstâncias de sua morte.
O procurador-chefe da Venezuela acusou na segunda-feira dois oficiais de Inteligência de homicídio em conexão com a morte de Acosta, sem explicar como ele teria sido morto.