O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas – EMCFA – criado por meio da Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de 2010, tem como missão principal o assessoramento ao Ministro de Estado da Defesa nos assuntos relacionados ao emprego conjunto das Forças Armadas do Brasil e atuação de forças brasileiras em operações de paz.
“Este emprego conjunto pressupõe uma integração harmoniosa das capacidades presentes e disponíveis na Marinha do Brasil, no Exército Brasileiro e na Força Aérea Brasileira. Ao se empregar meios singulares de forma conjunta, promove-se o inter-relacionamento técnico e operacional das Forças Armadas, potencializando o conceito de interoperabilidade tão difundido atualmente” afirmou o atual Chefe do EMCFA, Tenente Brigadeiro do Ar, Raul Botelho.
Planejamento Baseado em Capacidade (PBC) O EMCFA tem utilizado a ferramenta do Planejamento Baseado em Capacidade, em que, de maneira resumida, consiste na identificação das capacidades que as Forças Armadas deverão possuir para fazer frente a determinado cenário e causar um efeito esperado.
“O EMCFA possui como principal diretriz a elaboração de uma estratégia que projete um conceito moderno de emprego conjunto, em nível estratégico e operacional, e uma das fases vem sendo realizada à luz da metodologia do PBC, em que demanda como insumos a definição das prioridades de defesa, a elaboração de uma concepção de emprego conjunto atualizada e um cenário militar de defesa”, explicou o Brigadeiro Botelho.
“Uma equipe dedicada vem cumprindo com empenho as etapas do método, conforme a técnica de memorização DOPEMAI, no sentido de potencializar a Doutrina, que orienta as ações para o emprego; a Organização, como melhor forma de estruturar o poder Militar para enfrentar os desafios; o Pessoal, na administração de recursos humanos qualificados; a Educação, na gestão de competências; o Material, com foco nos sistemas, nas plataformas e nos equipamentos; e, finalmente, a Infraestrutura, consistindo em todos os meios e serviços de apoio” complementou o Chefe do EMCFA.
Formação de massa crítica e ampliação da cultura de emprego conjunto
De acordo com o Brigadeiro Botelho, o EMCFA deve ter como norte apoiar as Forças Armadas no preparo e treinamento necessários para compor o esforço conjunto de defesa nacional. Para ele, é preciso formar uma massa crítica com conhecimento e entendimento do conceito de emprego conjunto: “acredito que se deva focar no aperfeiçoamento da concepção de emprego conjunto. As escolas militares de Altos Estudos e Comando e Estado-Maior já possuem em seus currículos cadeiras dedicadas ao aprofundamento no conhecimento, teórico e prático, das teorias e conceito de emprego conjunto”.
Outros desafios do EMCFA são: o fomento à interoperabilidade dos meios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica por intermédio de ações coordenadas e integradas, a melhoria da estrutura de defesa. “A estrutura ainda não é a mais adequada. Todavia, primeiro, deve-se estabelecer a estratégica e o conceito de defesa que ser atingir, seja com esforço mais concentrado nas ações voltadas para a Soberania e Defesa Nacional, seja para as ações de apoio ao Estado. A estrutura será consequência da estratégia”, destacou o Brigadeiro Botelho.
Hoje, há um grupo de trabalho do EMCFA analisando esta questão e buscando o resultado pautado no sentido de que o EMCFA possa empregar as Forças Armadas de forma objetiva e eficaz.
Projetos conjuntos das Forças Armadas Brasileiras O Chefe do Estado-Maior Conjunto lembra que está em andamento e com contratos assinados projetos conjuntos das Forças, dos quais destacam-se: “o Rádio Defenido por Software (RDS), o Link BR2, o IFF Modo 4, a interface de comunicação, comando e controle interforças”. As três Forças estão envolvidas nestes projetos, cada uma com uma missão.
O EMCFA é a vertente militar do MD e tem a competência de elaborar os planejamentos e doutrinas de emprego, assessorar nos temas de política e estratégia, nacional e setorial de defesa, de inteligência, de serviço militar, promover, em nível nacional e internacional, o relacionamento e cooperação de defesa, logística, mobilização, tecnologia militar, operações de paz, dentre outras áreas.
Dentre as responsabilidades do EMCFA, destaca-se a promoção de atividades e exercícios reais e na carta. “As capacidades individuais de cada FA são inseridas num cenário de cooperação técnica e operacional, desde o conhecimento das doutrinas, passando pelo conhecimento mútuo das capacidades singulares e culminando com uma sinergia de ações integradas em prol do cumprimento da missão estabelecida”, segundo o Brigadeiro Botelho.
Assim, as Forças Armadas identificadas por uma estrutura de preparo e emprego singular são acionadas para operarem num conceito de emprego conjunto, em que a compreensão clara das regras torna-se fator determinante para o sucesso de qualquer operação integrada” evidenciou o CEMCFA.
Fotos: divulgação Forças Armadas