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Tensão no Golfo Pérsico

Os renomados jornais israelenses Maariv e Jerusalem Post afirmam que receberam informações de fontes na ONU que Donald Trump pretende se reunir com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, o secretário de Defesa Interino, Patrick Shanahan, e vários generais nesta sexta-feira (21/06).

Entre os possíveis temas estão "ataques táticos" às instalações nucleares iranianas em resposta aos atentados realizados na semana passada contra petroleiros no Estreito de Ormuz, que liga o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã, região por onde passa um terço de todo o petróleo transportado por mar.

Do ponto de vista americano, não há dúvida de que Teerã está por trás dos ataques. E, para ser sincero, as evidências apresentadas pelo Pentágono não permitem outra conclusão, mesmo que o Irã negue as provas de forma contundente.

O modelo e o armamento do navio são exatamente os mesmos utilizados pela Guarda Revolucionária do Irã durante anos. As minas marítimas usadas nos ataques contra os dois petroleiros são armas-padrão das tropas de elite persa.

As provas fornecidas pelos EUA são, portanto, mais do que pertinentes do que qualquer outra oferecida antes da guerra no Iraque. Aparentemente, Teerã quis mostrar que suas tropas eram capazes de bloquear o acesso ao Golfo Pérsico e, assim, ao petróleo árabe. Além disso, Trump não pode e não permitirá isso, apesar de petroleiros americanos ainda não tenham sido atacados.

Mesmo que Trump tenha prometido algumas vezes aos seus eleitores que não continuará sendo a polícia do mundo e que ficará fora das guerras no Oriente Médio, ele colocará o Irã no seu lugar. Isso porque todos os americanos provavelmente concordam que limites precisam ser impostos ao regime dos aiatolás no caso de ele colocar em perigo a economia mundial com tais ataques ou, em breve, com ações militares muito mais violentas.

Por outro lado, a frustração do governo iraniano é mais do que compreensível. Teerã comprovou o cumprimento do acordo nuclear, e mesmo assim os EUA se retiraram do pacto. As sanções impostas por Washington são brutais, e a população sofre. Mas isso não dá ao Irã o direito de agir como piratas no Golfo e de reiniciar seu programa nuclear. Esta estratégia está condenada ao fracasso, porque os iranianos estão muito isolados na região e são militarmente inferiores. 

Por isso, não será surpresa se acordarmos pela manhã com a notícia de que as instalações nucleares iranianas foram bombardeadas. Provavelmente, os americanos não provocarão uma grande guerra, mas um "golpe limitado" gerará reações – e elas podem ser assustadoras.

Porém, nós, europeus, devemos deixar uma coisa clara ao mundo e, em especial, ao Irã: se Teerã não parar imediatamente com suas provocações, então uma reação militar será a consequência inevitável. E a Europa estará ao lado dos EUA, dos seus parceiros árabes e de Israel.

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