Os Estados Unidos subestimaram a vontade do povo chinês ao travar uma guerra comercial e a China está preparada para uma longa batalha econômica, disse no domingo um importante jornal do Partido Comunista chinês.
A China não vai ceder a seus princípios em suas negociações com os EUA para acabar com a disputa, disse o comentário publicado no jornal ideológico Qiushi, ou Buscando a Verdade.
O editorial representa “mais uma mobilização da sociedade chinesa” na luta contra a pressão comercial dos EUA, escreveu Hu Xijin, editor-chefe do jornal estatal Global Times, em uma publicação no Twitter.
“A China não terá medo de quaisquer ameaças ou pressões que os EUA estejam fazendo que de podem agravar as disputas econômicas e comerciais. A China não tem escolha, nem rota de fuga, e só terá que lutar até o fim”, disse o comentário.
“Ninguém, nenhuma força deve subestimar e menosprezar a vontade de aço do povo chinês e sua força e tenacidade para lutar em uma guerra.”
Os EUA iniciaram uma disputa tarifária com a China em 2018, buscando mudanças estruturais radicais do país asiático e alegando que os chineses estavam envolvidos em roubo de propriedade intelectual por muitos anos, o que a China nega.
Mas as tensões aumentaram drasticamente em maio, depois que o governo do presidente Donald Trump acusou a China de não cumprir as promessas feitas durante meses de negociações.
O comentário também acusou os EUA de tentarem dificultar a inovação tecnológica chinesa.
“Precisamos manter firme a iniciativa de inovação e desenvolvimento em nossas mãos, aumentar o investimento e a pesquisa em áreas-chave de tecnologia, unir talentos de mais alto valor, aperfeiçoar a inovação e nos livrar do problema tecnológico”, afirmou.
O Qiushi disse que os consumidores e empresas dos EUA colheram enormes benefícios do comércio com a China e advertiram que os atritos comerciais teriam, inevitavelmente, um sério impacto negativo sobre a economia dos EUA.
Presidente da China fará visita de 2 dias à Coreia do Norte
O presidente da China, Xi Jinping, visitará a Coreia do Norte por dois dias a partir de quinta-feira, disseram as mídias estatais de ambos os dois países nesta segunda-feira, o que o tornará o primeiro líder chinês a visitar o país recluso em 14 anos.
A vizinha China é a única grande aliada da Coreia do Norte, e a visita ocorre em meio a uma disputa prolongada com os Estados Unidos a respeito da desnuclearização norte-coreana.
“Os dois lados trocarão opiniões sobre a situação da península (coreana), e estimularão novos progressos na resolução política da questão da península”, disse a emissora oficial chinesa CCTV em uma longa reportagem que dominou o noticiário noturno.
Kim visitou a China quatro vezes desde março de 2018, noticiou a CCTV, acrescentando que a última ocasião assinalou o 70º ano desde que a China e a Coreia do Norte estabeleceram elos diplomáticos.
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente dos EUA, Donald Trump, realizaram uma cúpula em Cingapura no ano passado e outra em Hanói neste ano, mas as esperanças dos observadores em um avanço iminente rumo à desnuclearização diminuíram desde então.
O último líder chinês a visitar a Coreia do Norte foi Hu Jintao, em 2005.