O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que está cogitando transferir 2 mil tropas da Alemanha para a Polônia, uma medida desejada pelo governo polonês para desestimular uma possível agressão da Rússia.
“Estamos conversando sobre isso”, disse Trump a repórteres no Salão Oval ao se encontrar com o presidente polonês em visita, Andrzej Duda.
Os EUA já têm tropas na Polônia como parte de um acordo de 2016 com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em reação à anexação russa da Crimeia da Ucrânia, situada ao leste da Polônia, em 2014.
Trump disse que os EUA têm mais de 50 mil tropas na Alemanha e que 2 mil delas podem ser enviadas à Polônia, acrescentando que a Polônia gastará muito dinheiro em uma instalação militar para seus soldados.
Ele também disse que espera que a Rússia “trate a Polônia com respeito”.
”Infelizmente eles são prejudicados com muita frequência”, disse ele sobre os poloneses. “Eles estão no meio de tudo. Quando coisas ruins acontecem, parece que a Polônia é a primeira… Espero que Rússia, Polônia e Alemanha se entendam”, disse Trump, que foi criticado muitas vezes pelos democratas por ser próximo demais de Moscou e do presidente Vladimir Putin.
O presidente norte-americano disse acreditar que viajará à Polônia em algum momento, mas nenhuma data foi marcada. Duda disse que nesta semana revelará um acordo para fortalecer a presença de segurança dos EUA em seu país.
Putin diz que relacionamento entre Rússia e EUA está piorando
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que as relações entre Rússia e Estados Unidos têm piorado, apontando em uma entrevista publicada nesta quinta-feira que o atual governo norte-americano impôs dezenas de sanções a Moscou.
Putin fez a declaração antes de uma cúpula do G20 no Japão no final deste mês, na qual pode se encontrar com o presidente norte-americano, Donald Trump.
Os laços entre EUA e Rússia permanecem hostis por impasses sobre diversas questões, desde a Síria até a Ucrânia, bem como as alegações de interferência russa na política dos EUA, que Moscou nega.
“Elas (nossas relações) estão colina abaixo, elas estão ficando piores e piores”, disse Putin à emissora Mir, de acordo com uma transcrição do Kremlin.
“A atual administração aprovou, na minha opinião, dezenas de decisões sobre sanções contra a Rússia nos últimos anos.”
O líder russo comparou o relacionamento complicado com os EUA ao que chamou de laços em florescimento com a China, uma aproximação estratégica que alarmou alguns políticos norte-americanos.
Trump disse aos repórteres na quarta-feira que se encontraria com Putin no G20, mas o Kremlin havia informado um dia antes que a ideia para a reunião estava “pairando no ar” e que ainda não havia discussões sobre assuntos específicos.
Trump disse na quarta-feira que esperava que os Estados Unidos tivessem “um ótimo relacionamento com a Rússia”, mas prometeu enviar 1.000 tropas dos EUA para a Polônia, uma medida solicitada por Varsóvia para dissuadir um potencial ataque da Rússia.
Em outro movimento que deve irritar Moscou, Trump disse na quarta-feira que está considerando sanções contra o projeto russo do gasoduto Nord Stream 2 de transporte de gás natural e alertou a Alemanha contra a dependência de energia provida pela Rússia.
Putin, que se manifestou a favor da China no que diz respeito à guerra comercial com os Estados Unidos, disse na mesma entrevista que esperava por laços mais tranquilos com Washington, apesar do curso atual do relacionamento.
“… Realmente esperamos que o senso comum prevaleça no final”, afirmou Putin.
“Isso com todos os nossos parceiros, incluindo os parceiros americanos… Podemos chegar a algumas decisões no marco do próximo G20 que será construtivo e criará as condições estáveis necessárias para a cooperação econômica”.