Os venezuelanos que fogem do agravamento da crise no país merecem proteção como refugiados, afirmou a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) ainda instou outros países a não deportar ou forçar os venezuelanos a voltar para casa. Cerca de 3,7 milhões de pessoas deixaram a Venezuela, a maioria desde 2015, de acordo com a agência. “É extremamente importante que, dada a situação na Venezuela, não haja deportações, expulsões ou retornos forçados”, disse a porta-voz do Acnur, Liz Throssell, em entrevista coletiva.
Venezuelanos que escapam da crise devem ser tratados como refugiados, diz Acnur
Os venezuelanos que fogem da grave crise no país merecem proteção como refugiados, afirmou a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, pedindo que outros países não os deportem.
Cerca de 3,7 milhões de pessoas deixaram a Venezuela, a maioria desde 2015, à medida que a economia implodiu, gerando blecautes, fome e protestos pelas ruas, que provocaram mortes e ondas de violência.
O índice de venezuelanos deixando o país diariamente permanece em torno de 3 a 5 mil, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que atualizou as orientações para lidar com o êxodo.
“O Acnur… agora considera que a maioria dos que deixam o país precisa de proteção internacional a refugiados”, disse a porta-voz do Acnur, Liz Throssell, em uma coletiva de imprensa.
“É extremamente importante que, dada a situação na Venezuela, não haja deportações, expulsões ou retornos forçados”, acrescentou.
O Acnur registrou que têm havido algumas deportações nas ilhas do Caribe, incluindo Trinidad e Tobago.
Apenas 460 mil venezuelanos buscaram asilo formal até o fim de 2018, principalmente no Peru, nos Estados Unidos, no Brasil e na Espanha, enquanto outros têm acordos legais de permanência em países como Colômbia, Chile e Equador, informou a agência.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reportou que condições deteriorantes na Venezuela deixaram crianças em condições de vulnerabilidade, com acesso limitado à saúde, à educação à proteção e a serviços nutricionais.
A agência ajudou cerca de 190 mil crianças com programas nutricionais, mas não pode fazer tudo que gostaria na Venezuela, disse o porta-voz do Unicef, Christophe Boulierac.
Dezenas de países ao redor do mundo reconhecem o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, alegando que o presidente Nicolás Maduro fraudou a eleição de 2018 e se comporta como ditador. No entanto, Guaidó não conseguiu depor Maduro, que ainda tem apoio militar.