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AERODESIGN 2011 – Equipes da UFMG, ITA e IFSP Vencem

A equipe Uai Sô Fly!, da Universidade Federal de Minas Gerais, foi a campeã pela Classe Regular da XIII Competição SAE BRASIL AeroDesign, concluída neste domingo (23), na Pista de Táxi do Aeroporto do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, SP. O avião, projetado e construído pela equipe, obteve 450.25 pontos na classificação geral. Na Classe Avançada, a equipe Leviatã, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica/ITA, sagrou-se bicampeã na competição, ao obter 258.22 pontos. Na Classe Micro, a equipe Taperá Baby, do Instituto Federal Educacional de Ciência e Tecnologia de São Paulo (Salto/SP), sagrou-se campeã na categoria, com 227.46 pontos.

A edição de 2011 da SAE AeroDesign teve início quinta-feira e apontou como segunda colocada, pela Classe Regular, a equipe Aerofeg, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus Guaratinguetá/SP, com 434.29 pontos. Na Classe Avançada, a segunda colocada foi a equipe EESC-USP Charlie, também de São Carlos, com 243.63 pontos. A equipe Aerofeg Júnior, também da UNESP Guaratinguetá, foi a segunda colocada na Classe Micro, com 223.58 pontos.

As equipes classificadas em primeiro e segundo lugares da Classe Regular, e as equipes classificadas em primeiro lugar nas Classes Micro e Avançada – Uai Sô Fly, Aerofeg, Leviatã e Taperá Baby – ganharam o direito de representar o Brasil durante a SAE AeroDesign East Competition, com apoio técnico, logístico e financeiro da SAE BRASIL. A competição internacional, que reúne equipes da América do Norte e Europa, será realizada pela SAE International em 2012, na Georgia, Estados Unidos. Na SAE AeroDesign East Competition, as equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações, incluindo cinco primeiros lugares na Classe Regular, quatro primeiros lugares na Classe Avançada e um primeiro lugar na Classe Micro.

A SAE AeroDesign 2011 registrou o comparecimento de 80 equipes, entre 97 equipes inscritas, que representaram 14 estados brasileiros e mais o Distrito Federal, além da Venezuela e México. As 80 equipes (três estrangeiras) presentes representaram 55 instituições de ensino.

MENÇÃO HONROSA – O Comitê Técnico da SAE AeroDesign 2011 ainda conferiu Menção Honrosa às equipes que se destacaram em 10 quesitos:

Aeronave com Menor Tempo de Retirada de Carga (2.03 segundos) – equipe Zeus (Classe Regular) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

Exemplo de Garra e Perseverança – equipe Pegasus, da UNIP (Universidade Paulista), campus São José dos Campos.

Inovação Tecnológica – 1ª Hélice de Passo Reversível e Aviso de Estol – equipe Harpia, da Universidade Federal do ABC.

Maior Acuracidade (capacidade de acerto) – equipe Uiraçu (Classe Regular), da ETEP Faculdades (SP)

Maior Peso Carregado – equipe Aerofeg, da UNESP Guaratinguetá (Classe Regular), com 14.150 kg, e equipe Leviatã, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica/ITA, com 14.285 kg.

Maior Fator Eficiência Estrutural – equipe Tucano (Classe Micro), da Universidade Federal de Uberlândia (MG).

Maior Eficiência Estrutural – equipe Aerofeg (Classe Regular), da UNESP Guaratinguetá, com 6,34 (a aeronave transportou 6,034 vezes o próprio peso (2,345 kg).

Maior Precisão no Sistema de Aquisição de Tempo – equipe Leviatã, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica/ITA.

Melhor Equipe Internacional – equipe UNEFA 2, da Universidade Nac.Exp. Politécnica de La Fuerza Armada, Venezuela.

Melhor Projeto – equipe Uai Sô Fly, da Universidade Federal de Minas Gerais (Classe Regular), equipe EESC-USP Charlie, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (Classe Avançada), e equipe Plano Piloto, da Universidade de Brasília/UnB (Classe Micro).

Melhor Apresentação Oral – equipe Uai Sô Fly!, da Universidade Federal de Minas Gerais (Classe Regular), equipe Leviatã, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica/ITA (Classe Avançada), e equipe Plano Piloto, da Universidade de Brasília/UnB (Classe Micro).

A SAE AeroDesign teve início com a etapa denominada Competição de Projeto, na qual as equipes tiveram seus projetos avaliados e questionados por comissões de juízes, formadas por engenheiros da indústria aeronáutica e que atuaram como voluntários no evento. A partir de sexta-feira até domingo deu-se a etapa de Competição de Voo, ocasião em que os aviões passaram por seis baterias em que demonstraram serem capazes de decolar e transportar cargas úteis (simuladas por barras de chumbo) sempre crescentes, até as condições limite de cada projeto.

Foram quatro dias de difusão e aprimoramento de técnicas de projeto aeronáutico, em ambiente de grande criatividade e de cooperação entre as equipes, com destaque para a criatividade e o empreendedorismo dos participantes, confirmando a qualidade educacional do projeto, sempre mais reconhecida por empresas à procura de novos talentos no campo da engenharia, principalmente das áreas automotiva e aeroespacial.

OUSADIAS – Assim, o regulamento que, entre outras mudanças, encurtou a distância de decolagem das aeronaves e estimulou ainda mais a busca pelo avião muito leve e ao mesmo tempo capaz de transportar o maior peso possível de carga, garantiu muitas novidades na competição, em desenvolvimento de componentes, otimização do uso de materiais e outras ousadias tecnológicas.

As equipes mostraram forte evolução no uso de ferramentas de otimização para desenvolvimento do projeto conceitual, de análises aerodinâmicas e estruturais. Outro ponto observado foi a larga aplicação de alguns materiais em partes específicas das aeronaves para garantir melhores projetos estruturais e, consequentemente, aeronaves mais leves.

Este ano, o uso da telemetria embarcada para aquisição de dados foi mais difundido, bem como sistemas adicionais, como a criação de dispositivos de aviso sonoro ao piloto sobre perda de sustentação da aeronave (stoll). Na Classe Avançada, os sistemas para medição de tempo de voo estiveram em evidência e garantiram sucesso. Isso porque os valores medidos pelo sistema embarcado nas aeronaves foram equivalentes ao tempo marcado pelos fiscais.

As equipes aceitaram o desafio da SAE BRASIL com aeronaves lançadas a mão na Classe Micro. A categoria também registrou a primeira aeronave bimotora (equipe Céu Azul, da Universidade Federal de Santa Catarina) e a primeira aeronave na configuração asa voadora (equipe Plano Piloto, da Universidade de Brasília), esta também com lançamento a mão.

O Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais, organizado pela Seção São José dos Campos. O objetivo é propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes de graduação e pós-graduação em Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas e futuros profissionais do importante segmento da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes.

Vagner Galeote, presidente da SAE BRASIL, ressalta que o projeto SAE BRASIL AeroDesign completa a formação técnica dos futuros engenheiros. “É um reforço extracurricular, um estímulo às boas práticas da engenharia requeridas pelo mercado, como o trabalho em equipe, capacidade de liderança e planejamento, habilidade de vender ideias e projetos, além de incentivar o comportamento ético e profissional”, afirma.

TRÊS CATEGORIAS – Os aviões da Classe Regular são monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10 cm3 ou 0,61 in3). O regulamento impõe restrições geométricas, e este ano houve novas delimitações nas dimensões máximas das aeronaves, que devem ter compartimentos de carga maiores. Os projetos da categoria devem ser capazes de decolar em uma distância máxima delimitada, de 50m (61m em 2010).

Na categoria Classe Avançada, a distância de decolagem também é de 50m e as aeronaves devem ter instrumentos para medir tempo de voo. Os aviões da categoria não têm restrições geométricas ou número de motores instalados, desde que a soma das cilindradas dos motores esteja entre 10,65 cm3 (0.65 in3) e 15,07cm3 (0.92 in3). A Classe Micro traz a opção de lançamento da aeronave à mão e o avião da categoria não tem restrições geométricas nem ao número de motores, porém a equipe deve ser capaz de transportar a aeronave dentro de uma caixa de 0,175m³. As aeronaves podem usar motores elétricos e devem decolar em até 25m (30,5 m em 2010).

As avaliações e a classificação das equipes são realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Voo, conforme o regulamento da SAE BRASIL – no site www.saebrasil.org.br -, baseado em desafios reais enfrentados pela indústria aeronáutica.

PATROCÍNIO – A competição contou com o patrocínio de grandes empresas do setor, como Zodiac Aerospace, Dassault Aviation, EADS, Embraer, GE, Honeywell, Rolls-Royce, SSAB, Rockwell Collins, Parker, United Tecnologies e Vale Soluções em Energia. Importante também foi o apoio do DCTA, Infraero, ITA, Prefeitura de São José dos Campos, Rede Accor e Associação Desportiva Classista Embraer (ADCE).

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