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Venezuela está “pronta” em caso de ataque militar dos EUA, diz chanceler

A Venezuela está "pronta" para resistir no caso de um ataque militar dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira em Moscou o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza.

"Estamos preparados para qualquer cenário, o primeiro é o da diplomacia, do diálogo, da paz, nossas mãos estão estendidas para que possamos conversar com todos", disse Arreaza, no dia seguinte a uma reunião com seu colega russo, Serguei Lavrov.

Mas se os Estados Unidos "optarem pela via militar, temos uma Força Armada, um povo, uma milícia nacional, que seria capaz não só de resistir e lutar, mas também de vencer e derrotar qualquer exército, por mais poderoso que seja no mundo", acrescentou o ministro venezuelano. Se essa hipótese ocorrer, "estaremos prontos", insistiu.

"Dialoguemos!", prosseguiu Arreaza enfaticamente.

"A oposição não pode falar conosco porque não tem a permissão dos Estados Unidos. É hora da diplomacia", acrescentou.

Arreaza disse que na Venezuela há "uma disputa histórica sobre o controle de sua riqueza, o produto das receitas do petróleo, da riqueza mineral e da energia" do país.

"Os Estados Unidos pretendem dominar, ter controle absoluto" das riquezas venezuelanas, afirmou.

Os Estados Unidos decidiram "colapsar a economia e começaram a aprofundar as sanções", denunciou o chanceler venezuelano. É "um bloqueio criminoso unilateral", insistiu.

Autoridades norte-americanas lançaram uma campanha na semana passada para aumentar a pressão sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que o presidente Donald Trump está disposto, se necessário, a intervir militarmente na Venezuela.

No domingo, Serguei Lavrov pediu aos Estados Unidos e a seus aliados que "abandonem seus planos irresponsáveis e atuem exclusivamente no âmbito do direito internacional".

Arreaza também disse na segunda-feira que Caracas estava desenvolvendo "alternativas para os sistemas de câmbio financeiro" com seus aliados russos e chineses para contornar o bloqueio dos EUA. Nesse sentido, o chanceler disse que uma delegação venezuelana estará presente no fórum econômico de São Petersburgo em junho, mencionando uma possível participação de Maduro.

Maduro pede lealdade

Em uma semana de várias manifestações e uma rebelião militar falha, Nicolás Maduro pediu lealdade às Forças Armadas. O presidente da Venezuela também alertou para que o exército esteja pronto para ‘defender a pátria com as armas nas mãos’.

EUA afirmam que os russos 'devem sair' da Venezuela

A Rússia e outros aliados próximos do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, "devem deixar" a Venezuela, disse neste domingo o secretário de Estado americano Mike Pompeo, em uma nova advertência a Moscou.

"Os russos devem partir", disse ele falando à ABC.

"Todos os países que interferem no direito do povo venezuelano de restaurar sua democracia devem sair", enfatizou.

Mike Pompeo indicou que vai realizar "mais conversas" sobre a presença da Rússia em Caracas com seu colega russo, Sergei Lavrov, com quem se encontrará "em poucos dias", à margem de uma reunião na Finlândia.

"O objetivo é muito claro", disse ele.

"Queremos que os iranianos, os russos e os cubanos saiam".

No entanto, Donald Trump afirmou na sexta-feira que Vladimir Putin "não procurou se envolver na Venezuela", após uma longa conversa telefônica com seu colega russo.

Lavrov, por sua vez, pediu neste domingo aos Estados Unidos que "abandonem seus planos irresponsáveis" na Venezuela.

"Pedimos aos americanos, e a todos que os apóiam, que abandonem seus planos irresponsáveis e atuem exclusivamente dentro da estrutura do direito internacional", declarou o chanceler no início de uma reunião em Moscou com seu colega venezuelano, Jorge Arreaza.

"Estamos testemunhando uma campanha sem precedentes dos Estados Unidos para derrubar as autoridades legítimas da Venezuela", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia.

Por seu lado, Jorge Arreaza agradeceu a Moscou por seu apoio ao regime de Chávez.

"A relação entre Moscou e Caracas se tornou mais significativa, não apenas para nossos dois países, mas também para o mundo", disse ele ao seu colega russo.

A situação tornou-se novamente tensa na Venezuela depois de uma tentativa de insurreição militar liderada pelo líder da oposição Juan Guaidó, apoiada pelos Estados Unidos e reconhecida presidente interina por mais de 50 países.

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