A Rússia não vê razão para suspender a aeronave de fabricação nacional Sukhoi Superjet 100, apesar de uma delas ter sofrido um incêndio durante um pouso de emergência que resultou em 41 mortes, disse o ministro dos Transportes nesta segunda-feira.
O pouso forçado de domingo foi o segundo contratempo do avião, o primeiro jato de passageiros novo desenvolvido na Rússia desde a queda da União Soviética e alardeado por Moscou como prova de que é capaz de produzir suas próprias aeronaves de uso civil de alta qualidade.
Investigadores começaram a tentar descobrir por que o avião da Aeroflot, que voava de Moscou a Murmansk, cidade do norte russo, foi forçado a fazer um pouso de emergência e por que esse pouso deu tão errado.
Várias versões estão sendo analisadas, inclusive falha técnica, erro humano e condições climáticas ruins.
Indagado por repórteres em uma coletiva de imprensa se os aviões Sukhoi deveriam ser suspensos à espera do desfecho da investigação, o ministro dos Transportes russo, Yevgeny Ditrikh, respondeu: “Não há motivo para isso”.
Imagens de televisão mostraram o avião pegando fogo na pista do aeroporto de Sheremtyevo, em Moscou, ao fazer um pouso de emergência no domingo.
O avião transportava 73 passageiros e cinco tripulantes.
Ditrikh disse que os corpos de 41 pessoas mortas no acidente foram recuperados. Trinta e três passageiros e quatro tripulantes sobreviveram, afirmou. Seis dos sobreviventes estão em estado grave e recebendo tratamento.
O avião, construído no extremo leste da Rússia em agosto de 2017, havia passado por uma manutenção em abril.
Há muito tempo a Aeroflot superou seu histórico de segurança pós-soviético problemático, e hoje tem uma das frotas mais modernas do mundo em rotas internacionais, nas quais conta principalmente com aeronaves da Boeing e da Airbus.
Mas a Aeroflot também tem ao menos 50 Superjets que usa em rotas nacionais e internacionais.
O Superjet, que entrou em serviço em 2011, apresentou problemas esporádicos de segurança e confiabilidade, inclusive uma suspensão de voos causada pela descoberta de um defeito na cauda de um avião em dezembro de 2016.