Os Estados Unidos enviaram dois navios da Marinha para o Estreito de Taiwan na segunda-feira, e os militares dos EUA estão aumentando a frequência de sua movimentação pela rota marítima estratégica apesar da oposição da China.
A viagem cria o risco de elevar as tensões com a China, mas provavelmente será vista pela autoadministrada Taiwan como um sinal de apoio do governo Trump em meio ao atrito crescente entre Taipei e Pequim.
A manobra coincidiu com o momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que seu país e a China estão “muito, muito próximos” de um acordo para encerrar uma guerra comercial de meses que freou o crescimento global e transtornou os mercados.
A passagem da Marinha dos EUA pelo Estreito de Taiwan também ocorreu poucos dias antes de uma cúpula entre Trump e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un.
“O trânsito dos navios pelo Estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos EUA com um Indo-Pacífico livre e aberto”, disse a Frota dos EUA no Pacífico em um comunicado.
Os dois navios foram identificados como o destróier Stethem e o navio de carga e munição Cesar Chavez, informou o comunicado. Com 180 quilômetros de extensão, o Estreito de Taiwan separa Taiwan da China.
Pequim expressou revolta com a manobra.
“Nós nos opomos resolutamente aos Estados Unidos realizarem ações provocadoras que não conduzem à paz e à estabilidade no Estreito de Taiwan”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, em um boletim à imprensa nesta terça-feira.
O Ministério da Defesa de Taiwan disse que as embarcações norte-americanas deixaram o estreito e seguiram para o norte.
As Forças Armadas de Taiwan acompanharam a navegação e não perceberam nada fora do comum, por isso não houve motivo de alarme, disse.
Washington não tem laços formais com Taiwan, mas é sua principal fonte de armas e a lei a obriga a ajudar a defender a ilha-nação. Segundo o Pentágono, Washington vendeu mais de 15 bilhões de dólares em armamentos a Taiwan desde 2010.
A China vem aumentando a pressão para afirmar sua soberania sobre a ilha, que considera uma província rebelde da “China única” e um território chinês sagrado.
As preocupações de Pequim com Taiwan devem pesar consideravelmente no orçamento da defesa chinesa neste ano, e o presidente Xi Jinping ameaçou atacá-la caso não aceite o controle chinês.