O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, afirmou nesta quarta-feira que o grupo planeja uma resposta “convencional” e não um desdobramento de novos mísseis na Europa diante do possível abandono de Estados Unidos e Rússia do tratado para a eliminação de mísseis – nucleares ou convencionais – de alcances curto e médio (INF, sigla em inglês) que ambas as potências assinaram em 1987.
“Não temos nenhuma intenção de implantar novos sistemas de armas nucleares terrestres na Europa. Depois, certamente, temos um amplo leque de outras opções, convencionais e de outros tipos”, disse Stoltenberg, ao chegar ao local da reunião de ministros aliados da Defesa na qual o assunto será tratado, mas sem falar sobre as possibilidades para não aumentar a “incerteza”.
Após acusar a Rússia de descumprir o tratado, os Estados Unidos decidiram iniciar o processo de saída, que terminará em seis meses. “A Rússia continua infringindo o INF desdobrando novos mísseis de médio alcance com capacidade nuclear.
São difíceis de detectar, são móveis e podem atingir cidades europeias. É algo que gera grande preocupação. Continuamos a pedir que a Rússia cumpra o INF”, defendeu.
Pentágono tenta tranquilizar OTAN sobre compromisso dos EUA com a aliança
O secretário interino de Defesa dos Estados Unidos, Patrick Shanahan, procurou tranquilizar os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre o compromisso americano com uma aliança após mensagens confusas do presidente Donald Trump sobre o assunto.
Shanahan deu "uma mensagem muito forte e muito clara sobre o compromisso dos EUA com a OTAN" no primeiro dos dois dias de reuniões aqui, disse o secretário geral da aliança, Jens Stoltenberg. "Somos encorajados pela forte mensagem de Shanahan hoje", afirmou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
Porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, Eric Pahon disse que a caracterização de Stoltenberg sobre a mensagem dada por Shanahan na OTAN foi precisa. "O secretário está na OTAN focado no futuro da aliança buscando promover união e progresso contínuo para implementar os resultados da cúpula da aliança de 2018", comentou.
Nessa cúpula, os membros se comprometeram com novas medidas para fortalecer a aliança e deter a Rússia, incluindo a aceleração da capacidade de transportar tropas e equipamentos para os vizinhos da Rússia.
A reunião de ministros da Defesa é a primeira oportunidade para muitos membros da aliança militar avaliarem Shanahan, que foi executivo da Boeing e assumiu o comando do Pentágono no início do ano, prometendo trabalhar com o presidente Donald Trump para cumprir as metas dos EUA na área militar. Fonte: Dow Jones Newswires.
Pence lembra importância de investir para que OTAN funcione
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, lembrou nesta quarta-feira, no início de uma visita à Polônia, que a OTAN precisa de "investimento" e que cada membro "respalde com o seu compromisso com a defesa comum".
"A OTAN se baseia na solene promessa de que um ataque contra um dos seus membros é um ataque contra todos, mas este juramento requer preparação, investimento e que cada membro da Aliança respalde com o seu compromisso com a nossa defesa comum", disse Pence após chegar a Varsóvia, onde foi recebido pelo presidente da Polônia, Andrzej Duda.
O vice-presidente americano ressaltou a grande "amizade" entre a Polônia e os EUA, e afirmou que seu país e a OTAN "estarão sempre ao lado do povo polonês".
Pence também lembrou as palavras do presidente dos EUA, Donald Trump, há dois anos em Varsóvia: "O Ocidente nunca será derrotado, nossos valores prevalecerão, o nosso povo prosperará e a nossa civilização triunfará".
Por sua vez, Duda afirmou que as tropas polonesas "sempre lutarão em defesa de uma Polônia livre e de um mundo livre".<script src=”//s.dynad.net/stack/FcQVaHc6MaOcDzQjhAV0q78AMg75kNqHmVHSvf95ffqIXpBr_a_IcwHLcQMTBDGewfxoQXBulUZbsXy3Fo9ZHg.js” type=”text/javascript” async=”true”></script>
A visita de Pence acontece dias depois que Varsóvia anunciou a compra de um sistema de mísseis no valor de mais de US$ 400 milhões, dentro do seu plano para modernizar as Forças Armadas, sobretudo com a aquisição de novo equipamento militar de fabricação americana.
A Polônia espera que sua lealdade aos EUA sirva para que Trump decida enviar mais soldados a território polonês e que, no futuro, aceite instalar uma base militar permanente, apesar das reservas que isso provoca na Rússia.
Segundo veículos de imprensa locais, a Casa Branca pode decidir em breve aumentar o número de militares americanos na Polônia até 7 mil soldados, cuja presença seria rotatória (como até agora) e não estável.
Por sua vez, o governo polonês estaria disposto a pagar até US$ 2 bilhões para contar com a citada base militar, que seria chamada de "Forte Trump" em homenagem ao presidente americano.
Em Varsóvia, Pence, que chegou acompanhado de sua esposa, visitará alguns lugares históricos relacionados com a II Guerra Mundial e participará da conferência sobre o Oriente Médio.
Na sexta-feira, o vice-presidente dos EUA visitará junto a Andrzej Duda o antigo campo de concentração nazista de Auschwitz.