Os Estados Unidos convidaram a Rússia para usar os seus próprios radares e outros sensores para avaliar um ou mais voos de defesa antimísseis norte-americanos como parte de um novo estímulo para convencer Moscou de que o sistema não representa nenhuma ameaça, disse nesta terça-feira uma autoridade do Pentágono.
A ideia é deixar a Rússia avaliar o desempenho dos interceptores de mísseis dos EUA que estão sendo implantados na Europa, o que, segundo Washington, é um escudo contra mísseis que podem ser disparados por países como o Irã.
"Esses são mísseis menores", disse o tenente-general do Exército Patrick O''Reilly, diretor da Agência de Defesa de Mísseis do Pentágono, em um fórum organizado pelo Conselho do Atlântico. Ele se referiu aos atuais interceptadores Standard Missile-3 construídos pela Raytheon Co.
Eles seriam ineficazes como interceptores de mísseis contra um país como a Rússia, cujos mísseis estratégicos de dissuasão são lançados de dentro do seu território, disse ele. O interceptor SM-3, com base em terra e mar, "não pode chegar tão longe".
O presidente norte-americano, Barack Obama, agradou ao Kremlin em 2009 pelo cancelamento do plano de seu antecessor para a instalação de um escudo antimísseis de longo alcance na Polônia e de um radar na República Tcheca, uma decisão que ajudou a melhorar os laços bilaterais.
Mas Moscou diz que a versão revisada de Obama, que inclui a participação de Romênia, Polônia, Turquia e Espanha, poderia minar a segurança da Rússia se o sistema for capaz de neutralizar a dissuasão nuclear e alertou para uma nova corrida armamentista se suas preocupações não forem esclarecidas.
A subsecretária de Estado para controle de armas e segurança internacional, Ellen Tauscher, disse no fórum que os Estados Unidos estavam preparados para oferecer garantias por escrito a Moscou de que o sistema que está sendo construído não é dirigido contra os russos.
Mas Tauscher, que esteve em Moscou na semana passada para discutir sobre a questão com o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, acrescentou: "Não podemos fornecer compromissos com valor jurídico, nem podemos concordar com limitações na defesa antimísseis, que deve necessariamente acompanhar a evolução da ameaça."