Homens armados mataram ao menos dez soldados das Nações Unidas e feriram cerca de 25 num ataque a uma base da Missão da ONU em Aguelhok no Mali (Minusma) neste domingo (20/01). Os "capacetes azuis" mortos faziam parte do contingente do Chade.
Os feridos foram transferidos para os hospitais da missão. Vários agressores foram mortos. Nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado. O ataque foi um dos mais mortais às forças da ONU no país.
Segundo a ONU, os agressores chegaram de surpresa a bordo de vários veículos armados. O representante especial da Nações Unidas para o Mali e chefe da Minusma, Mahamat Saleh Anadif, prometeu "uma resposta robusta, imediata e regulada de todas as forças para aniquilar o terrorismo no Sahel".
"Este ataque complexo e covarde ilustra a determinação dos terroristas em criar o caos", destaca Anadif. "Esta barbárie não ficará impune", acrescentou, ao lembrar que os autores cometeram um crime de guerra, de acordo com o direito internacional.
De todas as missões de paz da ONU no mundo, a Minusma é a mais mortífera desde a sua criação, em 2013. De acordo com um balanço feito em abril do ano passado, cerca de 160 "capacetes azuis" morreram no país, dos quais 102 em atos hostis. O ataque mais mortal havia sido em outubro de 2014, quando nove soldados do contingente nigeriano foram mortos.
Em 2015, o governo e grupos armados assinaram um acordo de paz para restabelecer a estabilidade no Mali. O pacto, porém, não conseguiu frear a violência de militantes islâmicos que estenderam os ataques para o centro e sul do país e para os vizinhos Burkina Faso e Níger.
No início deste mês, a França e os Estados Unidos criticaram o governo do Mali por não conseguir conter o agravamento da violência. Paris ameaçou impor sanções ao país.
Além da Minusma, os diferentes grupos terroristas no Mali atacam com frequência as forças armadas do país.
Com cerca de 13 mil soldados, a Minusma foi enviada ao Mali em 2013 para barrar a expansão de rebeldes e jihadistas no norte do país e apoiar o governo enfraquecido. Em março de 2012, um golpe militar mergulhou a região no caos. O Mali é considerado um refúgio de grupos extremistas, alguns deles ligados à Al Qaeda.