pós dois anos de formação, a Escola de Sargentos de Logística (EsSLog) entregou ao Exército e ao Brasil mais uma turma de sargentos de carreira, com 363 integrantes. No entanto a Turma Sesquicentenário da Batalha de Itororó é revestida de uma característica única e que a marcará para sempre na história.
Pela primeira vez, militares do sexo feminino foram formadas na Linha de Ensino Militar Bélico (LEMB). São 56 as pioneiras, que concluíram o Curso de Formação de Sargentos (CFS) nas especialidades de Intendência (17), Material Bélico (11, divididas em Manutenção Auto, Manutenção de Armamento e Mecânico Operador), Manutenção de Comunicações (17) e Topografia (7).
Além delas, a turma de 2018 também conta com mulheres nas áreas de Saúde (55) e Música (3), que já formaram mulheres militares em anos anteriores. A cerimônia de encerramento do CFS ocorreu no dia 7 de dezembro, no pátio de formaturas da EsSLog, Rio de Janeiro, e foi presidida pelo General de Exército Carlos Alberto Neiva Barcellos, Comandante Logístico, com a presença de outras autoridades civis e militares.
Marcado pela emoção dos formandos e seus familiares, o evento foi o fechamento com chave de ouro do rigoroso processo de formação, que incluiu o período básico descentralizado em outras organizações militares no ano passado.
No caso específico das pioneiras, essa parte inicial do curso ocorreu no 4º Grupo de Artilharia de Campanha Leve (4º GAC L), em Juiz de Fora (MG). A apresentação para o período final da formação, na EsSLog, aconteceu em 23 de janeiro de 2018.
O General Barcellos saudou os novos sargentos de Logística do Exército, expressando o anseio de “que cada um tenha a possibilidade de prosseguir na carreira, conquistando objetivos pessoais e profissionais, com dedicação, entusiasmo e determinação, sempre tendo em mente que o sargento é o elo fundamental entre o Comando e a tropa”.
Já o Comandante da EsSLog, Coronel Oswaldo Benedito Romão da Silva, ao comentar sobre o ineditismo da presença de mulheres na Linha de Ensino Militar Bélico, ressaltou que, respeitadas as peculiaridades do sexo feminino, não houve distinção de tratamento ao longo da formação.
“Gradativamente, as alunas foram conquistando seu espaço durante o curso, mas sem diferenças em relação aos colegas do sexo feminino. A integração foi total, de modo que, ao final de todas as instruções, o que vimos foi a existência de um só corpo de alunos”, avaliou. Entre as pioneiras, o sentimento era de satisfação e orgulho.
A Terceiro-Sargento Aline Bichoff, do Curso de Intendência, era puro entusiasmo: “Todo o esforço valeu a pena. O frio, a correria, os treinamentos intensos e as dificuldades para chegar aqui valeram muito. Fizemos história!”.
Por sua vez, a Terceiro-Sargento Lauren Nathiele Martins de Quadros tinha um motivo extra para comemorar, já que a distância da filhinha Rebeca, de 3 anos de idade, durante a formação, chegou ao final.
“Quando minha filha tiver um pouco mais de idade e compreender melhor as coisas, contarei a ela sobre esse período que passei no curso e falarei que todo o esforço valeu muito para alcançar essa conquista”, declarou, emocionada.
Fotos: Cb Estevam – Agência Verde-Oliva