Margareth Lourenço
A cerca de quatro meses da previsão para a reinauguração da Estação Antártica Comandante Ferraz, na Antártica, o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, vistoriou o andamento das obras na terça-feira (26).
Acompanhado pelo comandante da Marinha, almirante Leal Ferreira, ministros de Estado e oficiais da Marinha, desembarcou na Ilha Rei George, na Península Keller, e viu o andamento das obras da nova Estação Comandante Ferraz. O grupo também pôde conhecer parte do módulo concluído da nova estação.
A obra tem previsão para ser concluída entre março e abril de 2019. Satisfeito com o que viu, Silva e Luna disse que se surpreendeu positivamente com o avanço das obras. Ele, que esteve na antiga estação em 2008, destacou que não se trata de reconstrução e, sim, “uma construção nova, completamente diferente da anterior e com tudo que a tecnologia pode proporcionar para ser oferecido um ambiente favorável ao desenvolvimento das pesquisas e com adequado conforto aos ocupantes da estação”.
Ele destacou que a nova estação estará em condições de atender “os pesquisadores para desenvolverem seus estudos em torno de temas importantes e significativos, de acordo com as necessidades do Brasil”. A nova base, vai contar com 17 laboratórios e poderá abrigar até 65 pessoas. A nova estação terá 4,5 mil metros quadrados.
Antes de seguir para a estação na Ilha George, na segunda-feira (25), Silva e Luna esteve a bordo do Navio Polar Almirante Maximiano, que estava atracado no porto de Punta Arenas.
Ele recebeu informações sobre o trabalho desenvolvido pela tripulação em apoio às pesquisas realizadas no continente gelado. O ministro estava acompanhado pelo comandante da Marinha, almirante Leal Ferreira, pelo assessor militar almirante Barreto, outros oficiais da Marinha e ministros de Estado.
Recebido pelo comandante do navio, o capitão de mar e guerra Heine, o ministro acompanhou explanações sobre a atuação da Marinha na Antártica, que é concretizada por meio do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), desde 1982. O Proantar é capitaneado pela Comissão Interministerial para Recursos do Mar (Cirm). Devido às condições climáticas na região, a operação dos navios só pode ocorrer entre os meses de outubro a março, conhecidos como verão antártico.
É nesta época que é feita a movimentação dos pesquisadores, do pessoal de apoio, de equipamentos e de materiais. No momento, transcorre a trigésima sétima edição da Operação Antártica (Operantar), como é denominado o planejamento anual das atividades a serem desenvolvidas.
Até o fim desta semana, o navio zarpa em direção à Antártica para levar um novo grupo de pesquisadores e no seu retorno trazer outros que estão na estação científica.
O ministro ressaltou que a Defesa "tem na Marinha o ator principal nesta ação. O ministério participa com a constância do orçamento que possibilita o desenvolvimento das atividades". E ainda destacou que "em um mundo cada vez mais complexo e ao mesmo tempo interdependente, precisamos do apoio uns dos outros, como ocorre entre o Brasil e o Chile, que nos apoia não só aqui em Punta Arenas, mas também na base chilena", completou.
Fotos: Tereza Sobreira/MD