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ABIMDE – Fortalecimento da Indústria de Defesa passa pela exportação

No dia 2 de outubro de 2018, o Ministério da Defesa, a ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) e o SIMDE (Sindicato das Indústrias de Materiais de Defesa) realizaram evento para discutir um importante tema que impacta no dia a dia das indústrias dos segmentos de defesa e segurança no país: a capacidade de exportação.

O seminário “Mecanismos de Apoio Oficial ao Crédito à Exportação de Produtos de Defesa” aconteceu no Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, e contou com a participação de representantes dos órgãos organizadores; e de instituições financeiras e de fomento e de diversas empresas pertencentes à Base Industrial de Defesa (BID) do Brasil.

O objetivo do encontro foi apresentar todas as ações que estão sendo colocadas em prática, no intuito de criar mais e melhores condições de desenvolvimento dessas indústrias no exterior, ou seja, a promoção da exportação. Os empresários presentes também puderam expor seus desafios, os entraves e todas as dúvidas que, atualmente, dificultam o sucesso dos seus negócios fora do país.

De acordo com o Vice-Presidente Executivo da ABIMDE, José Cláudio Manesco, em virtude do Brasil não ter previsibilidade e uma política de projetos de orçamento continuado, as empresas de Defesa que dependem muito de compras governamentais, só podem sobreviver com as exportações. “Por isso, nossa Associação tem se esforçado para ajudar as empresas, por meio da participação em feiras e outras promoções no exterior com o apoio da APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e, agora, com a realização desses seminários ao lado do Ministério da Defesa.

 A abertura do seminário foi feita pelo Contra-Almirante (IM) Luiz Carlos Faria Vieira, que apresentou o novo Departamento de Financiamentos e Economia de Defesa do SEPROD (Secretaria de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa) e destacou algumas das principais iniciativas que estão sendo viabilizadas em prol da BID:

aprovação de linhas de crédito especiais de financiamento junto ao BNDES, customizadas para produtos de defesa;

– descentralização da instalação de indústrias nas regiões Sul e Sudeste para que a Base esteja presente também no Centro-Oeste, Norte e Nordeste com o apoio de Fundos Constitucionais que podem facilitar financiamentos;

aprovação no Senado de um Projeto de Lei que visa o envio de 10% de recursos do Fundo da Marinha Mercante para a Marinha do Brasil, possibilitando a construção de navios em estaleiros nacionais e o fortalecimento da indústria naval, e,

entrada do Ministério da Defesa na CAMEX (Câmera de Comércio Exterior), órgão responsável pela definição de diretrizes e procedimentos relativos à implementação da política de comércio exterior visando à inserção competitiva do Brasil na economia internacional.

Segundo o Almirante, a Defesa é como uma moeda, que de um lado tem um viés de soberania e de outro a economia e que o lado econômico é fundamental para o país. “É esse viés de economia que estamos tentando demonstrar para a sociedade e para o Governo Federal, pois trata-se de um setor que alavanca o PIB, gera emprego e renda. Cerca de 3,7 % do Produto Interno Bruto é de exportação dos produtos de Defesa”, explicou.

Entre os palestrantes também esteve a vice-presidente da AVIBRAS, Cynthia Benedetto, que compartilhou a suas experiências e desafios e falou sobre os mecanismos que estão sendo implementados, especialmente pelo Ministério da Defesa, para simplificar os processos e aumentar a capacidade exportadora das empresas.

De acordo com Cynthia, 90% do faturamento da AVIBRAS provém de contratos no exterior, o que faz dela um grande case entre as indústrias de Defesa do país.

Trazendo a visão e as oportunidades oferecidas pelos institutos de fomentos participaram do seminário o chefe de Departamento de Financiamento à Exportação de Aeronaves e Operações de Defesa do BNDES, Márcio Nobre Migon; a gerente de Divisão da Unidade Comércio Exterior do Banco do Brasil, Alessandra Aranda; o Diretor da SUDECO (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste), Edimilson Alves, o Gerente do Escritório de Promoção e Atração de Investimentos e Relacionamento Institucional de São Paulo do Banco do Nordeste, Humberto Leite e o Gerente Executivo do Setor Aeronáutico e Defesa da ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias), Leonardo Mamede.

Os palestrantes, em especial os representantes do BNDES, BB e ABGF, questionados pelos presentes sobre a disponibilidade de crédito de exportação para o Programa KC-390 foram enfáticos na defesa de garantias de recursos para a exportação da aeronave de transporte Multimissão.

O evento foi finalizado pelo Cel. Celso José Tiago, vice-presidente da ABIMDE, que reforçou que a exportação é fundamental para que todas as indústrias de Defesa atinjam sua sustentabilidade financeira. “Por isso, esse seminário foi muito importante e deve ser realizado outras vezes, já que são muitas as empresas que ainda não exportam”.

Nota DefesaNet

As peculiaridades do mercado internacional de defesa muitas vezes estão além da compreensão dos mortais. Após desenvolver e ter um produto confiável, vencer uma concorrência no exterior, contornar os estrangulamentos tecnológicos, contra competidores poderosos e vencer bloqueios geopolíticos surge finalmente talvez o mais difícil de todos os obstáculos: “o financiamento”.

O evento realizado pela ABIMDE foi uma rara oportunidade de congregar executivos e agentes governamentais envolvidos no processo de financiamento da área de defesa.

Outro ponto relevante é o anuncio da criação do BIMDE, Banco das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança, apresentado como uma solução disruptiva. Organização sendo montada pelo SEPRODE.

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