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Capacitação no software VBS3: execução

Rangel Panichi Flôres – Sgt Inf Monitor do CI Bld
Carlos Alexandre Geovanini dos Santos – Ten Cel Comandante do CI Bld

A Simulação Virtual Tática, como o próprio nome diz, é uma atividade focada nas ações táticas das frações e, no CI Bld, se mostra bastante eficaz nos níveis Pelotão e Subunidade. Neste tipo de simulação são empregados os Simuladores Virtuais Táticos, que nada mais são do que softwares profissionais instalados em computadores comerciais, que possibilitam o treinamento tático em diversos escalões.

Dentre estes softwares está o Virtual Battlespace 3 (VBS3), desenvolvido pela empresa multinacional Bohemia Interactive Simulations e que é utilizado pela Seção de Simuladores do CI Bld.

O VBS3 é um software profissional que tem por objetivo imitar o terreno, o emprego de sistemas de armas, veículos, aeronaves ou até mesmo o ser humano, em operações que exijam um elevado grau de adestramento, que envolvam riscos ou custos elevados.

Sua principal aplicação é no desenvolvimento de habilidades e capacidades individuais, assim como no adestramento de guarnições e pequenas frações, permitindo explorar os limites do operador e do equipamento, sem riscos e com baixo custo.

No entanto, para que um exercício de simulação virtual tática seja realizado com excelência, é necessário que os cenários de simulação sejam previamente desenvolvidos por militares especializados no software, que possuam conhecimento técnico para tal.

A elaboração de um cenário de simulação no VBS3 não é uma tarefa simples e atualmente, no Exército Brasileiro, não há muitos militares em condições de criar, editar e administrar um exercício completo neste software.

Por isso, a fim de aumentar o efetivo de militares especializados no VBS3 e colaborar para que o conhecimento seja difundido âmbito Exército, foi realizada, no corrente ano, no Centro de Instrução de Blindados (CI Bld) uma capacitação de recursos humanos no software. Realizaram a capacitação onze oficiais e sargentos do CI Bld, da Escola de Sargentos das Armas, do Centro de Adestramento – Sul e do Centro de Adestramento – Leste.

No primeiro dia da capacitação, segunda-feira, houve a recepção dos instruendos pelo Chefe da Seção de Simuladores, que proferiu uma palestra sobre as normas de utilização e segurança dos simuladores do CI Bld; conceitos básicos, fundamentos de emprego, vantagens e limitações da simulação; determinação do emprego dos simuladores por nível de treinamento; definição dos objetivos e escalonamento do treinamento; apresentação da documentação básica para o treinamento militar em simulação e da metodologia para criação de cenários.

Após a recepção e a palestra, ainda pela manhã, os alunos se ambientaram aos comandos de operação do VBS3 em diferentes funções e conheceram a dinâmica para a aplicação de uma ambientação para seus futuros usuários.

A partir da tarde do primeiro dia de capacitação, se iniciaram as instruções e as atividades práticas sobre a operação do VBS3 como um Administrador. Os alunos identificaram a composição e a organização dos diversos arquivos e pastas do software, aprenderam as funcionalidades do VBS Launcher, tiveram uma visão geral do Editor de Missão e aprenderam diversos recursos, tais como: navegação pelos mapas nas visões em 2D e 3D; opções da barra de inserção de objetos; análise da árvore de objetos; criação de um soldado, de um veículo e de um grupo; movimento, giro, exclusão e alteração da dimensão de um objeto; e modificação do relevo de um terreno.

Figura 2: Vista em 3D da execução de um exercício Fonte: O autor

Na terça-feira e quarta-feira foram abordados recursos mais complexos e importantes para o desenvolvimento de um cenário no VBS3. Os alunos tiveram a oportunidade de praticar várias atividades e identificar mais recursos, como: barra de ferramentas; editor de briefing; execução e configuração de fogos indiretos; gatilhos de fogos indiretos; inserção e edição de waypoints; inserção e configuração de campos minados; aplicação de configurações avançadas em soldados e veículos; identificação dos canais de comunicação; utilização da ferramenta de elaboração de calcos; aplicação do recurso de gravação e visualização de Análise Pós Ação (APA); e configuração do recurso de Servidor Dedicado.

Além do VBS3, lhes foi apresentando o software Team Speak, que é empregado para simular uma rede de comunicação rádio durante um exercício virtual. Os últimos dois dias de capacitação foram reservados para elaboração de um cenário de simulação virtual completo no VBS3.

Figura 3: Vista em 3D do Editor de Missão Fonte: O autor

Na quinta-feira, após serem divididos em duplas, os alunos receberam a tarefa de confeccionar um cenário de acordo com a natureza da tropa de suas OM e, neste cenário, alguns recursos foram listados como obrigatórios, como a existência de tropas amigas, tropas inimigas, presença de civis, camadas (Layers) nível pelotão, medidas de coordenação e controle, um campo minado, gatilhos de fogos indiretos, além da gravação da APA e da configuração da rede rádio do exercício no software Team Speak.

Na sexta-feira foi sorteada uma das duplas para administrar o cenário criado, tendo os outros alunos como usuários participantes do exercício. Após a aplicação do cenário, foi conduzida uma APA utilizando os recursos do VBS3.

última atividade conduzida pela Seção de Simuladores do CI Bld, antes das despedidas do Comandante, foi a APA da própria capacitação, onde os alunos puderam expor o que acharam da semana de instrução.

Os instruendos, de modo geral, relataram que foi uma semana extremamente produtiva, principalmente pela alta carga horária destinada para prática e afirmaram que, no momento em que suas OM receberem os meios de informática e as licenças do VBS3, eles estariam em condições de elaborar e conduzir os exercícios de simulação, além de replicar o que aprenderam na capacitação para outros militares na OM, garantindo a manutenção desses conhecimentos âmbito Exército.

Por fim, ao conduzir a capacitação dos recursos humanos no software VBS3, o CI Bld se mostra, mais uma vez, comprometido em criar as melhores condições para que os instruendos, sendo eles de cursos e estágio regulares ou não, tenham conhecimento e estejam aptos a empregar da melhor forma os atuais Meios de Emprego Militar do Exército Brasileiro, neste caso um meio de Simulação Virtual Tática.

AÇO, BOINA PRETA, BRASIL!

Fonte: CI Bld – Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires [Link]

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