Christina Lemos
O presidente Michel Temer convocou ao Planalto nesta quarta os generais Braga Netto, interventor federal no Rio de Janeiro, Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e Silva e Luna, ministro da Defesa. À trinca de militares expôs suas preocupações com o fim da intervenção na segurança pública da capital carioca e pediu a elaboração de um plano de transição.
O encontro acontece um dia depois de Temer declarar que deseja “articular” com o futuro presidente eleito a retomada das votações da reforma da Previdência, assim que terminarem as eleições. Para que isso ocorra, é preciso que a intervenção, iniciada em fevereiro, termine dois meses antes do prazo, isto é, no início de novembro e não no final de dezembro, como previsto.
Uma das preocupações do presidente é que a retirada das tropas volte a ocasionar o agravamento do quadro de insegurança no Rio e a consequente responsabilização do governo federal por eventual incidente grave. Por outro lado, o emedebista vem sendo constantemente alertado pela área econômica sobre as dificuldades orçamentárias e financeiras provocadas pelo adiamento das mudanças nas aposentadorias.
A pouco mais de três meses do fim de seu governo, Temer deseja deixar a marca de que trabalhou até o último momento para promover reformas consideradas “cruciais” para a estabilização do país. A Secretaria de Comunicação do governo, no entanto, sustenta que o cronograma de trabalho dos interventores está mantido “até o momento” e que a antecipação do fim da intervenção para votação da reforma “depende do resultado eleitoral”.