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Oriente Médio – Brasil patrulhará costa do Líbano em missão de paz

Para aumentar a influência no cenário mundial, é preciso correr riscos e ir além dos discursos e das discussões de gabinete. Com base nessa estratégia, o país vai enviar hoje uma fragata da Marinha e 300 militares para a missão de paz das Nações Unidas no Líbano (Unifil).

O objetivo, além do prestígio de integrar uma força internacional que busca zelar pela paz no Oriente Médio, é impedir o tráfico de armas na costa do Líbano. Desde fevereiro o Brasil participa da força-tarefa marítima, que passou a ser comandada pelo contra-almirante Luiz Henrique Caroli. A parte que cabe aos brasileiros é um braço de operações da missão criada em 1978, na tentativa de garantir a estabilidade na conturbada região.

Para chegar ao destino final, o navio brasileiro levará pouco mais de um mês – saindo do Rio de Janeiro, fará paradas em Recife, Las Palmas (nas Ilhas Canárias, Espanha) e Nápoles (na Itália), antes de chegar a Beirute, a capital libanesa, no dia 14 de novembro. O Brasil ainda não tinha enviado nem navios nem grandes contingentes militares para a missão na região, que já conta com a participação de embarcações e militares da Alemanha, Grécia, Indonésia, Turquia e Bangladesh. A fragata – chamada União – levará ainda um helicóptero AH-11A Super Lynx, um destacamento de mergulhadores de combate, para a realização de operações especiais, e um grupo de fuzileiros navais, responsáveis pela segurança do próprio navio. Além disso, a embarcação deverá servir como posto de comando de toda a força-tarefa.

– O Brasil, com isso, mostra sua capacidade de armar um navio de guerra e enviar para uma região longínqua, que necessita de um suporte logístico complexo – disse o comandante da Força de Superfície da Marinha Brasileira, o contra-almirante Savio Nogueira.

A divisão marítima da Unifil nasceu em 2006, depois do conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, como uma condição para que os israelenses deixassem o sul do Líbano – uma vez que a fiscalização dos mares impediria que a milícia xiita se rearmasse e zelaria pela manutenção do cessar-fogo na região. As outras atribuições das tropas sob comando brasileiro serão, segundo a Marinha, dar assistência ao governo libanês no território sob sua jurisdição, garantir a segurança nos territórios do sul do Líbano e, por fim, ser um apoio às Forças Armadas do país. No total, cerca de 13,5 mil militares de 30 países participam da Unifil.

Em 2012, país reduzirá contingente no Haiti

O retorno da embarcação para o Rio de Janeiro está previsto para junho de 2012. De acordo com o contra-almirante, a Marinha tem condições de enviar um segundo navio, caso seja necessário substituir a fragata União ao final da missão.

O envio da fragata ao Líbano ocorre em um momento em que o Brasil planeja a redução do seu efetivo em outra missão de paz, a do Haiti, que data de 2004. O Ministério da Defesa fixou para o início do ano que vem o começo da retirada dos soldados do país caribenho. Os 300 homens no Líbano comporão o segundo maior contingente de tropas brasileiras fora do país, atrás apenas do mobilizado no Haiti.

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