Os Estados Unidos confirmaram neste domingo (02/09) o cancelamento de uma parcela de 300 milhões de dólares em ajuda militar ao Paquistão alegando que o país asiático não empreendeu "ações decisivas” contra grupos de terroristas.
Esse valor fazia parte do chamado Fundo de Apoio da Coalizão, e já havia sido suspenso no início deste ano. Com o novo anúncio, o Pentágono deixou claro que descarta que o dinheiro possa ser eventualmente liberado.
No início do ano, o presidente Donald Trump disse que os EUA não receberam nada além de "mentiras e enganações" em troca da ajuda oferecida ao país. Desde 2002, 33 bilhões de dólares foram enviados pelos americanos ao Paquistão.
Um porta-voz do Pentágono, o tenente-coronel Koné Faulkner, afirmou que o Exército americano vai agora gastar esse dinheiro em outras "prioridades urgentes", embora a medida ainda necessite de aprovação do Congresso.
A confirmação do cancelamento é divulgada dias antes da visita do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, agendada para a quarta-feira (05/09) em Islamabad.
Nos últimos meses, os EUA criticaram o governo do Paquistão devido à presença contínua em território paquistanês da rede Haqqani, uma facção dos talibãs afegãos que segundo Washington e Cabul se refugiam no país, além de outros grupos terroristas
Fontes do governo dos Estados Unidos acusam alguns funcionários paquistaneses de ignorar ou até colaborar com o grupo, que executa operações contra o Afeganistão, a partir de refúgios seguros ao longo da fronteira entre os dois países.
Estes grupos ameaçam o governo do Afeganistão, apoiado pelos Estados Unidos, e mataram vários soldados americanos que foram enviados à região desde os atentados de 11 de setembro de 2001.