Hafsa Al Ulama
Embaixadora dos Emirados Árabes Unidos no Brasil
A situação e as atividades em torno do porto de Hodeida, no Iêmen, têm sido alvo de diversos veículos de notícias e jornalistas. Muitos expressaram suas opiniões e visões sobre os recentes acontecimentos, de forma que sinto-me no dever de esclarecer, do ponto de vista dos Emirados Árabes Unidos (EAU) – participante ativo na Coalizão Árabe para libertar o Iêmen -, qualquer conflito de informação que possa existir sobre o assunto.
A situação atual decorre de fatos que se sucederam em 2015, quando a milícia Houthi sequestrou o Iêmen. Essa milícia, que representa não mais do que uma pequena parcela da população (3%), derrubou o governo legítimo da capital Sanaa.
A queda do governo iemenita foi o início de um período muito triste e difícil, gerou um grave conflito que teve consequências infelizes e trouxe profundo sofrimento ao seu povo.
Diversos foram as tentativas e esforços feitos para se chegar a uma solução política para o conflito, mas infelizmente, devido à não cooperação dos Houthis, não foi possível alcançar um acordo até o presente momento.
A Organização das Nações Unidas – ONU apresentou diversas resoluções para buscar dar um fim ao conflito, dentre elas, destaco as resoluções número 2216, 2204, 2201 e 2140. Em função da posição da milícia de não dialogar, a Coalizão Árabe, a fim de chegar a um acordo político, atendeu à solicitação do governo legítimo e, em conformidade com as resoluções aprovadas na ONU, iniciou uma operação para libertar o porto de Hodeida dos rebeldes Houthis.s
ss #UAE_in_Yemen #Yemen#Houthi_Mines pic.twitter.com/GYm72DG4jB
— ???? ?????? (@Ahmedalshrfi_) 24 de junho de 2018
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The assault to liberate the rebel-held port city of #Hodeidah is in its second day. #Yemeni fighters backed by Arab Coalition forces hope to take the tactical port and force #Houthi rebels to the negotiating table.https://t.co/sT3YMiLWcy
— Shaker AlMusabi (@ShakerAlmusabi) 24 de junho de 2018
A operação colocada em andamento pela Coalizão tinha, como principais objetivos, possibilitar um fim célere do conflito, restaurar um governo legítimo, facilitar o escoamento da ajuda humanitária em áreas sob controle dos Houthis e garantir rotas de navegação vitais no Mar Vermelho.
Além disso, pretendia-se unir esforços contra grupos terroristas (Estado Islâmico no Iêmen e Al Qaeda na Península Arábica) e cortar o fornecimento de armas ilegais para os Houthis.
Dito isso, gostaria de enfatizar a importância do porto de Hodeida e sua posição estratégica para o fim do conflito. De forma simples, o porto pode ser comparado a um salva-vidas para os Houthis, pois é ao mesmo tempo uma fonte de financiamento e de abastecimento, por ser um meio de entrada de armas ilegais nas áreas controladas pelos rebeldes.
Há mais de um ano, havia consenso de que Hodeida deveria ser um porto humanitário e comercial sob a orientação da ONU, afastando assim a autoridade portuária do conflito. Os Houthis inicialmente deram a entender que concordavam com a solução proposta.
No entanto, estavam obviamente apenas tentando ganhar tempo, tendo em vista que desde o princípio não pretendiam abrir mão do porto. Hoje, prolongar a situação alimenta os interesses financeiros e estratégicos dos rebeldes e atrasa o tão aguardado término do conflito, prolongando e provocando ainda mais sofrimento e dificuldades para o povo do Iêmen.
A importância de liberar o porto de Hodeida se faz clara, uma vez que forçará os Houthis a sentarem-se à mesa e buscar um diálogo com o governo legítimo iemenita, sempre sob a supervisão das Nações Unidas e conforme suas resoluções.
Outro ponto que creio ser de extrema importância, é notar que a abordagem dos EAU é gradual, calibrada, metódica e projetada para dar tempo aos Houthis para se preparar e tomar a decisão correta, ao mesmo tempo em que implementamos um plano abrangente e dedicado para fornecer ajuda humanitária às pessoas em Hodeida e seus arredores durante toda a operação.
A ajuda prestada pelos Emirados Árabes ao Iêmen, que ocorre desde 2015, soma até o presente momento mais de 3,7 bilhões de dólares.
O plano implementado pelos EAU tem como um de seus principais focos ajudar e apoiar os principais afetados pelo conflito, os civis. Tal ajuda, conta com nada menos do que 10 navios que transportam 35.000 toneladas de produtos e alimentos e que que já se encontram em rota para o Mar Vermelho.
Mais de 14.000 cestas de alimentos já foram preparadas para ajuda urgente e mais de 100 caminhões já foram contratados para possibilitar transporte de Aden para Hodeida. Nesta mesma semana, como parte das ações do plano, o primeiro comboio de caminhões forneceu ajuda ao sul de Hodeida.
Em conclusão, acredito firmemente que o povo iemenita já sofreu em demasia e que infelizmente, por falta da possibilidade de diálogo com os rebeldes, chegou a hora de forçar uma solução política.
As ações tomadas no porto de Hodeida permitirão acabar com esse conflito, o que nos possibilitará focar na erradicação do inimigo real da região: o extremismo violento.
Nota DefesaNet
O conflito do Iêmen tem uma agenda regional de extrema importância. A possibilidade de uma captura dos territóriso sagrados dos auqis a Arábia Saudita é guardiã.
A imprensa Saudita e dos Emirados Árabes tem divulgado fotos deste IED (Artefato Explosivo Improvisdado), caracterizado como uma rocha. Estes IEDs, segundo a Força de Coalizão, são disseminados por crianças. Este IED é produzido pelo Irã, também tem sido encontrado no Iraque e Afeganistão.
Informativo divulgado pelo Reino da Arábia Saudita.