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Síria – General Jonathan Braga (US Army), que impôs derrota ao Grupo Wagner

Redação DefesaNet

Matéria NBC,  Agências

Apesar da negativa oficial russa, hoje são conhecidos os nomes dos cerca de 20 mercenários russos abatidos, na noite de 7 de fevereiro de 2018, nos arredores de Deir ez-Zor, na Síria. O general luso-americano que comandou aquele combate confirma o número de baixas entre os mercenários, cerca de  200-300 homens.

Recentemente, a equipe de reportagem do canal americano NBC visitou os locais dos combates e falou com o brigadeiro general Jonathan Braga (equivalente ao General-de-Brigada no EB), que comandou as forças americanas que liquidaram o grupo dos mercenários russos do “grupo Wagner”, abatendo entre 200 à 300 efetivos, sem sofrer uma única baixa.

De pé em um pequeno monte, varrido pelo vento, o brigadeiro general Jonathan Braga apontou ao local, a apenas 1,6 km de distância, de onde mercenários russos e combatentes leais ao governo sírio dispararam contra os seus soldados.

“Esses tiros de artilharia poderiam ter atingido e matado americanos, e é por isso que continuamos a preparar nossas defesas”, disse Braga, o chefe de operações da coligação/coalizão anti-Daesh/EI, liderada pelos Estados Unidos.

A poucos passos de distância fica uma refinaria, que processa petróleo e gás, que as forças americanas capturaram ao Daesh/EI no ano passado [2017], e que está sendo posta a funcionar novamente.

As forças de Braga repeliram o ataque surpresa dos combatentes pro-Bashar al-Assad e os contratados militares russos do Grupo de Mercenários Wagner). O choque de 7 de fevereiro foi a primeira vez, em 50 anos, que os americanos e russos participaram em um combate direto. Embora não houvesse vítimas da parte americana, Braga se preocupa que mais confrontos possam ocorrer. Os americanos e seus aliados estão fortificando os fossos e estruturas de defesa para se preparar para potenciais confrontações futuras.

Uma equipe da NBC News visitou a base para falar com Braga e outros militares americanos, que estiveram no terreno durante o ataque – o primeiro grupo de jornalistas a fazê-lo. Há cerca de 2.000 soldados americanos na Síria, que estão combatendo o Daesh/EI, que foi empurrado para fora de grande parte do território que controlava.

Enquanto eles [Daesh/EI] se opunham ao governo de Assad, os americanos não viam como alvo os soldados do regime [sírio] e os seus aliados na guerra civil, incluindo a Rússia, o Irã e a milícia libanesa do Hezbollah.

Os homens de Braga lançaram ataques punitivos de aviação e artilharia contra combatentes pró-regime e mercenários russos. O Pentágono chamou o ataque de retaliação pela incursão deles, “não provocada”, ao território controlado pelas Forças Democráticas Sírias, apoiadas pelos Estados Unidos, uma coligação/coalizão de curdos e rebeldes sírios.

Braga também confirmou relatórios anteriores da imprensa/mídia, que entre 200 à 300 mercenários, empregados por uma empresa contratante russa morreram no ataque. Esses números estão “próximos de nossas estimativas”, disse ele no primeiro reconhecimento público de um funcionário dos EUA de que mercenários da Rússia participaram no confronto [que durou] seis horas.

Visto que os mercenários que trabalham para uma empresa russa estavam envolvidos, existia o risco de acender as tensões com Moscou, um resultado que a Casa Branca e o Kremlin procuraram evitar. Ambos minimizaram o envolvimento de combatentes russos.

Na noite do ataque, Braga disse que estava “muito preocupado”, o combate poderia se transformar em um confronto maior com a Rússia. A força atacante, recuou, desde então e agora está estacionada a três milhas [4,82 km] de distância. “Não há motivos para que essa quantidade de forças de combate nos observe de tão perto”, diz Braga. “Eu não acho que isso seja saudável para a de-escalação”.

As autoridades dos EUA disseram que o incidente de 7 de fevereiro foi o maior ataque que as forças americanas enfrentaram na Síria desde que entraram no conflito. A força de ataque provavelmente esperava capturar vários campos de petróleo e gás natural controlados pelos aliados dos Estados Unidos, de acordo com vários oficiais militares dos EUA com conhecimento direto do incidente.

Nas horas que antecederam ao ataque, Braga disse que as forças dos EUA notaram “movimentos de veículos, movimentos de tropas, preparativos que nunca tínhamos visto antes” – seguidos, duas horas depois, por fogo de artilharia. Braga contou que ele imediatamente contatou os seus homólogos russos em uma linha telefónica de “de-escalação” e continuou a falar com eles durante todo o confronto. Os russos, explicou ele, asseguraram que não eram as suas forças que avançavam contra a base dos EUA. Ele descreveu as conversas como “profissionais”.

Em declarações públicas após o incidente, a administração [americana] ofereceu poucos detalhes sobre o sucedido e omitiu qualquer menção ao envolvimento de combatentes russos. Quando pressionado por repórteres, o secretário de Defesa James Mattis e outros oficiais militares se recusaram a comentar sobre a composição da força atacante.

As declarações do Kremlin foram vagas e contraditórias. Em primeiro lugar, o Kremlin disse que nenhum russo estava envolvido e que o ataque não havia sido autorizado ou coordenado com o Ministério da Defesa russo. Uma semana depois – na sequência de relatórios nos meios de comunicação russos de que os contratados militares privados russos tinham sido mortos – o Kremlin anunciou que cinco cidadãos russos morreram. Este número foi posteriormente alterado para “várias dezenas” de russos e cidadãos da ex-União Soviética.

“É notável que a Rússia e os EUA tentaram minimizar, especialmente devido às baixas envolvidas”, disse Noah Bonsey, analista sénior do International Crisis Group. Forças dos EUA “queriam enviar uma mensagem de que defenderão essa posição. Ao minimizar [o sucedido], torna mais fácil, para o outro lado, também minimizar”.

Bónus

Enquanto isso, a força aérea síria efetuou o bombardeio, com as munições incendiárias, contra a vila de Kafr Batna, um dos subúrbios de Damasco. Em resultado do ataque, pelo menos 61 civis foram mortos, pelo menos 200 ficaram feridos, algumas das vítimas estão sob os escombros e ainda não foram retiradas.

Novo ataque do Grupo Wagner

 

Tudo indica que os mercenários do “grupo Wagner” tentaram atacar novamente a fábrica de gás da Conoco. Em resultado obtiveram o resultado anterior, bateram em retirada, deixando pelo caminho um número incerto dos mortos e feridos.

 

A retirada de uma parte das forças curdas da cidade do Deir ez-Zor rumo ao norte provocou a decisão russa de tentar novamente tomar de assalto a refinaria da Conoco. A capacidade da  refinaria  é de 5 bilhões de metros cúbicos de gás, que valem cerca de 1 bilhão de dólares.

 

A publicação on-line síria Euphrates Post escreve sobre as dezenas de combatentes pró-Assad e mercenários russos, que foram liquidados, no dia 22 de março, entre as localidades de Hisham e Marat, graças à intervenção profissional da força aérea americana. A publicação escreve que foram destruídos os tanques, blindados leves e outros equipamentos militares.

Os atacantes bateram em retirada, deixando, para trás os seus mortos e feridos, em números que serão confirmados e apurados nas próximas horas:

 

O General luso-americano Jonathan “Jon” Braga não consegue compreender a lógica dos mercenários russos e dos seus comandantes: “eu expliquei-lhes (pensa o general com os seus botões), que “posso repetir se for preciso”, mas eles não quiseram entender nada”…

 

Nota DefesaNet

Os dois desastres, caso confirmado este incidente do dia 22 Março, criam enorme constrangimento para o Kremlin. Em especial Putin, recém eleito (18MAR2018), com grande percentagem dos votos.

Embora a reportagem da NBC pouco se sabe da ação americana para conter o Grupo Wagner.

Os grupos de Mercenários são parte integrantes da Estratégia de Guerra Híbrida como usada na Criméria / Ucrânia.

O Editor

 

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