O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, criticou duramente a OTAN neste sábado (10/03) por não apoiar a ofensiva turca contra uma milícia curda na Síria.
Os comentários estão entre os mais fortes já feitos por Erdogan sobre a OTAN, à qual a Turquia aderiu em 1952, quando os Estados Unidos estavam preocupados que o país ficasse sob a influência da União Soviética.
A Turquia iniciou sua atual operação na Síria em 20 de janeiro, com o objetivo de expulsar a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG) da região de Afrin, no norte do país vizinho e perto da fronteira com a Turquia.
Erdogan afirmou que as forças turcas estão a poucos quilômetros do centro de Afrin. As YPG são aliadas dos Estados Unidos, que armaram a milícia. A Turquia as considera um grupo terrorista.
"Alô, OTAN! Onde você está? Com o que está acontecendo na Síria, quando é que você virá e ficará do nosso lado?", declarou Erdogan a apoiadores na cidade de Bolu. "Somos constantemente importunados por grupos terroristas na nossa fronteira. Infelizmente até agora não houve uma palavra ou declaração positiva."
Logo depois do início da campanha, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou que a Turquia tem o direito de se defender, mas ressalvou que isso deve ser feito "de maneira proporcional e moderada".
Erdogan criticou Washington por armar as YPG e afirmou que o grupo recebeu 5 mil caminhões e 2 mil voos repletos de armas. "Isso é amizade? Isso é a unidade da OTAN?", questionou, lembrando que a Turquia apoiou a aliança em operações no Afeganistão. "Nós não somos um membro da OTAN?"
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