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Macron ameaça bombardear Síria em caso de ataque químico

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta terça-feira (13/02) que a França irá atacar a Síria se for provado que armas químicas foram usadas contra civis na guerra civil do país.

"Nossos serviços ainda não estabeleceram prova de que armas químicas foram usadas contra a população civil. Se tivermos evidências de que armas químicas proibidas em tratados [internacionais] são usadas, vamos atacar o lugar onde são feitas", disse Macron, apesar de destacar que a prioridade é a luta contra os jihadistas.

Num telefonema com o presidente russo, Vladimir Putin, na última sexta-feira, Macron disse estar "preocupado com indicações que sugerem o possível uso de cloro numa série de ocasiões contra a população civil na Síria nas últimas semanas". Damasco nega usar esse tipo armamento.

Em maio de 2017, durante uma visita de Putin a Paris, Macron já havia advertido que qualquer utilização de armas químicas na Síria desencadearia uma "retaliação imediata" da França.

A Rússia apoia as forças do regime sírio na guerra civil no país, e Putin é visto como o líder estrangeiro com mais influência sobre o presidente Bashar al-Assad. No telefonema da semana passada, Macron e Putin concordaram em cooperar mais estreitamente na busca por uma solução para a Síria.

Histórico de acusações

De acordo com Washington, ao menos seis ataques com cloro foram reportados desde janeiro em áreas controladas pelos rebeldes na Síria, deixando dezenas de feridos. No fim do mês passado, o governo sírio negou ter usado armas químicas, e Moscou afirmou que as acusações são uma "campanha propagandística".

Apesar de, assim como os EUA, a França suspeitar de ataques químicos cometido pelo regime sírio, Paris reforça que ainda não há evidências concretas. Na semana passada, o ministro do Exterior francês, Jean-Yves Le Drian, afirmou que "todas as indicações" sugerem que as forças de Assad estão usando armas com cloro contra forças rebeldes, mas que isso ainda não foi "completamente documentado".

A Síria assinou um tratado internacional que proíbe armas químicas e permitiu que observadores destruíssem seu arsenal de gás tóxico após um acordo alcançado em 2013.

Mesmo assim, o país continuou sendo acusado de usar armas químicas. A ONU esteve entre os que atribuíram ao regime sírio um ataque com gás sarin contra o vilarejo Khan Cheikhoun, controlado pela oposição, em abril de 2017. A investida deixou vários mortos.

Iniciada há sete anos, a guerra civil na síria já deixou centenas de milhares de mortos e forçou metade da população do país, que era de 23 milhões de pessoas antes do conflito, a deixar suas casas.

A França e a ONU pediram repetidas vezes nos últimos meses por um cessar-fogo e a abertura de corredores de ajuda para aliviar a crise humanitária na Síria. Já a Rússia, o mais poderoso aliado de Assad, disse na semana passada que um cessar-fogo não era realista.

França pressiona Rússia por fim da violência na Síria

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu nesta sexta-feira (09/02) ao homólogo russo, Vladimir Putin, que faça com que seu aliado sírio Bashar al-Assad acabe com a "insustentável degradação" da situação humanitária em Idlib e Ghouta Oriental. As regiões, controladas por rebeldes, foram alvos de intensos bombardeios nos últimos dias.

Em um telefonema, Macron e Putin concordaram em cooperar mais estreitamente na busca por uma solução para a Síria. Segundo um comunicado da presidência francesa, Macron ainda manifestou a Putin sua preocupação com os relatos sobre o suposto uso de armas químicas contra civis pelo regime sírio nas últimas semanas. Damasco nega possuir esse tipo armamento.

Em maio de 2017, durante uma visita de Putin a Paris, Macron advertiu que qualquer utilização de armas químicas na Síria desencadearia uma "retaliação imediata" da França.

Sobre o futuro da Síria, Macron sublinhou a Putin que é "indispensável ultrapassar os bloqueios nas negociações de paz e lançar nas próximas semanas um processo político credível", sob respaldo da ONU, para que o país volte a ser estável e unido.

Em comunicado, Paris afirmou que os países manterão contato em busca de uma solução sobre a crise na Síria, mas evitou mencionar as reuniões em Sochi, que visam o fim do conflito no país e são coordenadas por Moscou ao lado da Turquia.

O Kremlin também confirmou que os presidentes conversaram sobre o processo de paz na Síria.

Bombardeios em redutos rebeldes

Uma escalada de violência acirrou o conflito na Síria nas últimas semanas. Numa ofensiva do regime sírio, com apoio da Rússia e do Irã, os dois últimos redutos rebeldes no país seguem alvos de intensos bombardeios.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, somente nos últimos quatro dias mais de 230 pessoas morreram em Ghouta Oriental, o principal bastião rebelde próximo a Damasco, e outras 700 ficaram feridas, numa das semanas mais mortais na região desde 2015. Na província de Idlib, um bombardeio nesta sexta-feira deixou 14 mortos, afirmou a organização.

O regime sírio insiste em afirmar que seus alvos são apenas militares. Mas dezenas de civis já morreram nesses ataques. Estima-se que 350 mil pessoas vivam na região de Ghouta Oriental.

O conflito na Síria também se intensificou no enclave de Afrin, após a intervenção militar da Turquia contra as milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG), que dominam esse território na região fronteiriça.

Durante quase oito anos, a guerra na Síria já deixou centenas de milhares de mortos e obrigou 11,5 milhões de pessoas, a metade da população do país, a abandonarem suas casas.

 

 

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