O Fórum Econômico Mundial anunciou na quarta-feira passada (24) a criação de um Centro Global para o Ciberespaço, que estará em operação a partir de março e com o qual pretende fomentar desde Genebra a colaboração pública-privada na luta contra as ameaças cibernéticas. A informação é da Agência EFE.
O diretor do Fórum, Alois Zwinggi, explicou em uma coletiva de imprensa que "claramente a cibersegurança se transformou em um dos temas mais importantes do mundo", já que o custo dos crimes cibernéticos chegam globalmente a US$ 500 bilhões a cada ano.
A segurança cibernética "afeta todos os aspectos da sociedade, incluido o crescimento econômico", disse, para acrescentar que o Fórum vê como uma "clara necessidade de uma melhor cooperação" entre o setor público e privado. O Fórum Econômico Mundial, com sede em Genebra, "está comprometido – disse – em fazer o ciberespaço mais robusto e resistente", por meio da busca de soluções comuns.
O Centro se centrará em cinco áreas, mas quer seguir implementando e aproveitando fóruns e iniciativas atuais. Concretamente, o Fórum de Davos quer estabelecer um "depósito" para a informação cibernética, já que "é crucial que o setor público e o privado compartilhem dados globalmente", apontou Zwinggi.
O Fórum Econômico Mundial também pretende gerar oportunidades educativas em cibersegurança, especialmente em países com muito potencial para reforçar a defesa. Além disso, a organização quer elaborar recomendações para marcos reguladores neste campo e definir o futuro de cenários em matéria de cibersegurança.
O Centro estará situado em Genebra e entrará em operação a partir de março, disse Zwinggi, e ainda que fará parte do Fórum Econômico Mundial, terá sua própria organização e infraestrutura.
Os membros serão companhias globais que são mais afetadas pelas ameaças cibernéticas e governos do G20 e outros países relevantes, para além de organizações internacionais.
O diretor da Europol, Rob Wainwright, qualificou a criação do Centro como um passo "importante" na luta contra as ameaças cibernéticas e explicou que, do que ele pode ver no mundo todo, e especialmente na Europa – onde sua organização acolhe o Centro Europeu contra o Cibercrime -, "as ameaças estão se transformando em mais complexas, desafiadoras e maiores". Wainwright lembrou que há cerca de 4 mil ciberataques de vírus randsomware, impulsionados pelo abuso "delitivo de moedas virtuais".
Wainwright mencionou especificamente o caso, em maio, do ataque do vírus WannaCry, que afetou serviços públicos e empresas em grande parte do mundo, ao bloquear computadores e exigir um resgate de US$ 300 (254 euros). "O que vimos são roubos de dados que causam impacto em milhões de usuários" e há uma tendência de ataques para serviços cruciais, como o setor bancário, que está na primeira linha de fogo dos delinquentes, disse.