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Dirceu cobra mais investimento nas Forças Armadas

Sergio Torres

O ex-ministro José Dirceu cobrou ontem do governo da presidente Dilma Rousseff mais investimento nas Forças Armadas. Ele defendeu a modernização do Exército e da Marinha. Disse ainda que o Brasil precisa fabricar "mísseis de defesa" e voltar a produzir caças de guerra para a frota da Aeronáutica.

Réu no processo do mensalão, em que é chamado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de "chefe da quadrilha", Dirceu, ao palestrar em seminário sobre petróleo produzido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, afirmou que "um país da dimensão do Brasil não pode deixar de ter um poder militar defensivo tecnologicamente avançado".

"A indústria de defesa nacional está sendo recriada. Temos de ter uma defesa própria regional do Atlântico Sul. Temos de proteger nossa riqueza do pré-sal com uma Marinha em águas azuis. Temos de ter Força Aérea produzindo caças no Brasil. Tem tecnologia para produzir não só aviões, como mísseis de defesa", discursou o ex-ministro, para cerca de 200 conferencistas, do quais 80% estrangeiros. O presidente da Câmara, Charles Tang, o apresentou como uma espécie "de primeiro ministro" do governo que estruturou o processo de desenvolvimento brasileiro.

Fator de moderação. Para Dirceu, o Exército precisa ser "totalmente" modernizado, porque o País necessita de "uma Força Armada defensiva".

"Nós não temos nenhum problema fronteiriço, nenhum litígio político com nenhum país da América do Sul. Somos como a China, uma força em desenvolvimento", afirmou. "A China é o principal fator de moderação de paz no mundo de hoje."

Apontado por engano como representante da Casa Civil no programa de seminário sobre petróleo promovido pela Câmara de Comércio Brasil-China, o ex-ministro fez elogios aos governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que "transformou o Ministério da Defesa em realidade".

Além da cobrança de mais investimentos nos setores militares, Dirceu criticou o quadro educacional. Segundo ele, a educação no Brasil " ainda está no século passado". Afirmou também que "o Brasil tem de eliminar a pobreza até 2022", pois "é uma vergonha um país com riqueza e desenvolvimento ter ainda o índice de pobreza que temos".

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