Tenente Gabrielli Dala Vechia
No período de 11 de setembro a 11 de outubro, o Esquadrão Gavião (1º/11º GAV), realizou o exercício operacional Gavião de Fogo. A manobra, que acontece anualmente no estande de tiro aéreo de Maxaranguape (RN), teve como objetivo treinar os futuros pilotos de asas rotativas da Força Aérea Brasileira, para atuarem no combate aéreo.
“O exercício é o coroamento de todo o curso, em que o estagiário chega sem saber como empregar o helicóptero em combate e aprende a voar em uma formatura tática, fazer uma navegação entre obstáculos e todo esse suporte vai ter como objetivo final o emprego armado”, explicou o Comandante do Esquadrão Gavião, Tenente-Coronel Aviador Alexandre Carvalho Ribeiro.
O exercício empregou sete aeronaves H-50 Esquilo, 30 instrutores, dez militares de material bélico, além de equipe de apoio, para o treinamento de 25 estagiários.
Segundo o Comandante da Ala 10, Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic, o esforço empregado na operação é compensado pela experiência que os estagiários adquirem, durante a simulação das missões de emprego armado.
“É fundamental para o piloto militar, principalmente da aviação de asas rotativas, que se desloca para pousos remotos, conhecer e se adaptar à capacidade que a aeronave tem de se deslocar com o armamento, cumprir sua missão de combate. É preciso trabalhar com a limitação de autonomia do helicóptero, que nem sempre permite realizar a saída de uma base. Então aqui [em Maxaranguape] a gente monta um ambiente verdadeiramente de guerra, em que o estagiário pode atuar como piloto militar. Por isso, todo esse esforço vale a pena para otimizar a formação deles”, finalizou o Comandante da Ala 10.
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Preparo real – Nas missões de emprego armado, os estagiários decolam para voo solo, em que utilizam armamento real em alvos terrestres controlados. "É bem emocionante, porque essa é a primeira vez que a gente tem a oportunidade de empregar o armamento real. A gente faz o emprego a uma distância de cerca de 2 mil pés [600m] no alvo, que se chama "bacará".
Como o armamento utilizado no H50 Esquilo não é de precisão, é de saturação de área, a ideia é conseguir cobrir toda a área que foi definida”, explica o Tenente Aviador Renan Luís Otávio Kichel da Silva, que empregou pela primeira vez a metralhadora.
Da torre de controle, o instrutor observa as surtidas do estagiário ao alvo. “Foi a primeira experiência que eu tive com lançamento de foguete. Na primeira vez a gente leva um susto quando o armamento sai [se desacopla do helicóptero], escuta o som e vê que é real mesmo. Ai dá aquele impacto por um segundo, mas logo em seguida você se recompõe e finaliza a missão”, revela o Tenente Aviador Vitor Gaia Cardoso.
Material bélico – Junto com o Esquadrão Gavião, também o Esquadrão de Material Bélico do Grupo de Logística da Ala 10 opera deslocado para o Gavião de Fogo. São empregados dez homens por semana, responsáveis pelo reposicionamento e manutenção do armamento nas aeronaves. Este ano foram utilizadas cerca de 12 toneladas de armamento no exercício, com uma média de 32 saídas diárias.
Fotos: Soldado Simplício / FAB