A Operação da Itaipu colocou à prova, na manhã de domingo (24), sua capacidade de restabelecimento do sistema após um eventual apagão.
O ensaio black start, o segundo do ano, aconteceu no setor de 50 Hz da usina, envolvendo brasileiros e paraguaios de várias áreas da Operação. O último ensaio tinha sido feito em agosto, no setor de 60 Hz.
O black start é a simulação do desligamento de unidades geradoras motivado por uma eventual interrupção de energia em parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) e a retomada do sistema por completo.
As principais hidrelétricas do Brasil também passam por simulações como essa. Para realizar o ensaio, é preciso ter o aval do Operador Nacional do Sistema (ONS).
“Só liberam o ensaio se as condições do sistema elétrico permitirem”, informa Evonyr Bordin Filho, da Operação do Sistema, de Itaipu. “Tem que ser feito em um período de carga leve e não ocasionar riscos reais para o sistema, por isso este ensaio acontece no domingo”.
Com a anuência do ONS, o ensaio começa com o acionamento do gerador a diesel. É ele que vai levar a carga inicial para dar a partida na unidade geradora.
Após isso, o barramento é alimentado e a tensão é levada até a subestação de Furnas. No cronômetro, o pessoal da Operação conseguiu fazer todo este trabalho em 21 minutos. “Nós temos a meta de restabelecer o sistema dentro de 30 minutos”, explica Paulo Zanelli, da Operação da Usina, de Itaipu, que estava satisfeito com o resultado do black start.
De acordo com ele, o ensaio no sistema 50Hz acontece com um gerador, uma barra e duas unidades geradoras. No 60 Hz, o reestabelecimento é feito com dois geradores, duas barras e quatro unidades, por isso, neste segundo caso, o ensaio demora mais.
O último, em agosto, terminou em 28 minutos. Segundo Zanelli, após alimentar Furnas, a Operação de Sistema fica à espera de orientações do ONS.
A Itaipu é uma das empresas que se enquadram no chamado restabelecimento fluente, isto é, se alguma causa desligar as unidades geradoras, a usina tem autonomia para fazer o restabelecimento do sistema e voltar a enviar tensão à subestação de Furnas.
A partir daí, é preciso o ONS coordenar o restabelecimento de todo o sistema elétrico.