Roberta Pennafort
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, minimizou nesta segunda-feira, 21, o impacto do vazamento de informações sobre as últimas operações das Forças Armadas no Estado por um soldado do Exército. Identificado pela inteligência do Exército, Matheus Ferreira Lopes, de 19 anos, foi preso nesta segunda-feira, 21. Ele teria ligações com traficantes.
"Um soldado, por sua posição, não tem informações estratégicas. A capacidade dele de trazer prejuízo é muito limitada. É ruim? É. Mas são mais de 30.000 homens nas quatro operações. Esse vazamento é mínimo. Estamos alerta", declarou o ministro, que sustenta que não foram identificadas outras pessoas que possam ter informado criminosos dos planos dos militares, em nenhum nível, nem de comando, nem operacional. Ele disse que a identificação do soldado mostra o bom trabalho da inteligência.
O ministro fez um balanço positivo da operação desta segunda de militares e policiais em oito favelas da zona norte do Rio e assegurou que informações sobre esta não vazaram. Ele deu entrevista sobre a ação com o secretário de Segurança Pública do Estado, Roberto Sá. Foram presas 39 pessoas, contra as quais havia mandados de prisão em aberto. As equipes apreenderam 310 quilos de drogas, sete armas e 25 motocicletas roubadas. Jungmann e Sá disseram que os resultados foram satisfatórios. Só das Forças Armadas foram empregados 5546 militares, que utilizaram 532 veículos, sendo 46, blindados.
"Nós vamos até o fim, não vamos recuar um milímetro. Vamos fazer operações mais abrangentes e com melhores resultados. Estamos dispostos a ir até o último dia de 2018", declarou Jungmann, que reiterou que é o Estado, a partir de dados de inteligência, que determina onde serão alocados os militares nas operações.
Jungmann disse ainda que vai propor à nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a criação de um força-tarefa especial que inclua procuradores e integrantes da Polícia Federal e Receita Federal para enfrentar o crime no Rio. Sobre a entrada de armas e drogas no Rio, lembrou que uma parceria com o governo da Bolívia resultou no fechamento recente de 27 pontos da fronteira com o objetivo de coibir a ação de traficantes.
"A ação de hoje resgatou a dignidade das comunidades e retirou criminosos de circulação. Quem não foi preso hoje que espere a sua vez", afirmou Sá. Ele anunciou que a letalidade violenta, que abarca crimes como homicídios e roubos seguidos de morte, caiu em julho ante julho de 2016, "a despeito das dificuldades do Estado". A redução foi de 2,4%.