Luciana Amaral
do UOL
O comandante do Exército, general-de-Exército Eduardo Villas Boas, afirmou na segunda-feira (14AGO2017), que, devido a cortes no orçamento, a situação atual das Forças Armadas é "crítica" e a segurança nas fronteiras brasileiras já está comprometida.
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Reportagem do jornal O Estado de 5.Paulo desta segunda-feira mostrou que as Forças Armadas sofreram corte de 44,5% em seu orçamento nos últimos cinco anos. Segundo a matéria, desde 2012, os recursos "discricionárlos caíram de R$ 17,5 bilhões para R$ 9,7 bilhões, não contabilizados gastos obrigatórios com alimentação, salários e saúde dos militares. Ainda de acordo com o jornal, o recurso disponível para 2017 só cobrirá- os gastos até setembro.
"[A segurança nas fronteiras] fica comprometida. As operações de fronteira já estão sendo reduzidas, porque, à medida que faltar combustível e outros insumos necessários, se torna impossível a gente prosseguir no mesmo ritmo que estava antes […] A situação é crítica. Alguns setores sim [podem entrar em colapso] se não houver a liberação de alguma parcela do contingenciado. Poderemos ter alguns problemas", afirmou o general 'Villas Bôas.
Nesta segunda-feira, ele participou de cerimônia de apresentação de novos oficiais-generais da Marinha, Aeronáutica e do Exército no Palácio do Planalto ao lado do presidente da República, Michel Temer, dos ministros da Defesa, Raul Jungmann, e do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, entre outros.
A questão das 'Fronteiras ganha especial relevância com o emprego das Forças Armadas para auxiliar a implementação do Plano Nacional de Segurança, anunciado pelo governo em janeiro. Segundo G general, a maioria dos insumos corno armas e drogas ilícitas que abastecem organizações criminosas e estimulam a violência nas cidades chegam ao Brasil vindos de outros países.
"Nós precisamos aplicar tecnologias e incorporar sistemas de tecnologia avançada para aumentarmos nossa capacidade de vigilância adequadamente", ressaltou.
De acordo com o comandante, outros pontos que também deverão ficar comprometidos são as próprias capacidades operacionais das Forças e o desenvolvimento de ações sodais, como a entrega de água à quase 4 milhões de pessoas no Nordeste.
Ele informou que, por enquanto, unidades militares não serão fechadas como medida de economia, pois é preciso garantir a presença das Forças Armadas em todo o território nacional "É muito perigoso criarmos vazios. Então, por enquanto, não está sendo considerada essa hipótese", disse.
Porém, urna das hipóteses estudadas pelo governo para reduzir custos é diminuir a carga horária de certas patentes e enviar seus integrantes para casa à noite.
'Extremamente desconfortável isso. Uma Força para economizar eia não trabalha. É uma inversão absoluta. Atinge até mesmo os valores essenciais nossos. Então vamos tentar evitar isso", falou.
QuestIonado sobre o posicionamento de Michel Temer perante essa situação, o general Villas Bôas disse que o presidente está “premido por circunstâncias, enfim, difíceis" e somente cabe aos militares informar as demandas e suas possíveis consequências se não atendidas.
Conduzo seguidas reuniões sobre a gestão dos cortes orçamentários impostos ao @exercitooficial. Fazemos nosso dever de casa, mas há limites. pic.twitter.com/DKVx4kJwh1
— General Villas Boas (@Gen_VillasBoas) 3 de agosto de 2017
Twitter postado, no dia 03 Agosto 2017, onde o Gen Ex Villas Boas, em reunião inclusive com a presença do Gen Ex Mourão, da Secretaria de Finanças do Exército alerta para a crise de recursos.