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Atech busca entrar no mercado árabe

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André Barros

Os países árabes estão entre os principais focos da Atech, empresa do Grupo Embraer que há mais de trinta anos desenvolve sistemas que, dentre outras coisas, auxiliam o tráfego aéreo e a defesa do espaço aéreo brasileiro. A intenção da companhia é levar seus softwares, seu know-how e compartilhar conhecimento com esses países, grandes investidores em equipamentos de defesa e segurança.

Os primeiros passos foram dados, literalmente, em fevereiro deste ano, quando a Atech foi uma das empresas brasileiras a expor na Idex, importante feira do setor de defesa em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Foi a primeira vez que Alfredo Roberto Júnior e Vinícius Meng, da área de desenvolvimento de negócios de defesa da companhia, estiveram na região do Golfo. Nenhum negócio foi fechado, mas nem por isso os executivos lamentaram.

“Trocamos alguns cartões, recebemos alguns e-mails, mas não passou disso. Sabemos que é uma questão de tempo e persistência”, contou Meng em entrevista à ANBA. Segundo o executivo, a ideia é seguir participando de feiras e comprando e estudando relatórios de órgãos de defesa desses países. “Falta achar um canal de comunicação. ”

A Atech é responsável por todo o controle e gerenciamento de tráfego aéreo e da defesa aérea brasileiros. Mantém uma parceria forte com a Força Aérea Brasileira (FAB), grande colaboradora para o seu crescimento – uma das exigências do órgão de defesa brasileiro ao fechar contratos é que haja também intercâmbio de conhecimento nessa área.

Seus softwares estão presentes nos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), responsáveis por organizar os céus brasileiros. Colaboram tanto nos aeroportos comerciais quanto na defesa dos espaços aéreos. Há ainda programas em aviões, submarinos e outros equipamentos usados pelas Forças Armadas do Brasil.

Embora já tenha fornecido sistemas para outros países no passado, como Aruba, Venezuela e, mais recentemente, à Índia, o plano de se internacionalizar ganhou corpo há cerca de três anos, quando a Atech decidiu agir mais assertivamente no exterior. Olhar para o Oriente Médio foi um movimento natural.

“São países que investem muito em defesa e segurança e têm capacidade de adquirir um sistema como os da Atech”, justificou Meng. “Nossos sistemas são uma excelente solução para a região. E queremos não só vender o programa, mas estreitar uma parceria, uma relação de troca de informações, deixar um legado”, explicou.

Aos árabes, a Atech deseja oferecer sua mais nova família de produtos, a Arkhe. Lançado em uma feira no Rio de Janeiro em abril, o pacote traz um conjunto de produtos e serviços para os mercados de defesa e segurança, que vão desde gerenciamento de tráfego e simuladores até a chamada Arkhe Academy, considerada a cereja do bolo pelos executivos: “Com ela podemos capacitar pessoas e criar conhecimento local para suportar os sistemas”, disse Meng.

Fazer parte do Grupo Embraer ajuda a companhia, que pode usar a estrutura da fabricante de aeronaves em Dubai, nos Emirados, como base comercial e de suporte para os futuros clientes.

Enquanto eles não aparecem, a Atech segue dando seus passos para alcançar a região. Participações em feiras em Paris e Londres – onde, segundo Meng, os árabes também comparecem – estão confirmadas, assim como na próxima Idex. “Pena que é só daqui a dois anos”, lamenta o executivo.

Criada por engenheiros e outros profissionais das áreas de informática e aeronáutica, a Atech teve 50% de seu capital adquirido pela Embraer em 2011. Posteriormente, em 2013, a indústria de aviões passou a deter a totalidade das ações da companhia.

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