Fonte: Agência Força Aérea
A primeira ideia que vem a cabeça das pessoas quando se pensa em acampamento militar em áreas remotas é um lugar cheio de privações, com banhos gelados, sacos de dormir e a comida fria, embalada em pacotes de ração. Mas com muito trabalho e tecnologia a realidade de um acampamento militar já se distancia um pouco do senso comum.
Hoje é possível encontrar o mínimo de conforto em estruturas montadas a dezenas de quilômetros de qualquer construção de alvenaria, seja na floresta amazônica, seja na serra gaúcha ou em qualquer outro ponto do País. Banho quente, ambientes climatizados, cardápio variado, lavanderia, telefone, internet e até um telão com exibição de shows e filmes, oferecem condições para que os militares possam suportar a dura rotina de suas missões. Esse é o desafio da intendência operacional, que realizou neste mês o Estágio de Intendência Operacional em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Aspirantes a Oficiais Intendentes que recebem instruções práticas e teóricas em um acampamento militar montado especificamente para o estágio. “A intendência Operacional tem como objetivo dar apoio total para que o combatente só precise se preocupar com a sua missão. E é isso que os nossos estagiários estão aprendendo”, explica a Capitão Priscila Guerreiro, chefe de instrução.
A instalação funciona da mesma forma como funcionaria em uma operação real. Todos os equipamentos utilizados podem ser transportados em aeronaves da FAB, como os Hércules C-130. Geradores movidos a diesel fornecem a energia para os equipamentos de ar-condicionado das barracas e para os fornos elétricos que fazem parte do Módulo de Alimentação a Pontos Remotos (MAPRE). Existe um cuidado especial com a qualidade da alimentação para evitar qualquer tipo de contaminação.
A comida é toda produzida em centrais de produção que ficam a quilômetros de distância. Por meio de um sistema de congelamento desenvolvido pela FAB, os alimentos preparados são congelados sem perder o sabor e os nutrientes. Já no acampamento, a comida é aquecida ou regenerada em fornos especiais que emitem calor e umidade. Desta forma os alimentos têm todas as característica preservadas. “É como se você tirasse o feijão da panela de pressão”, afirma o Suboficial Gil Xavier, um dos responsáveis pela comida no acampamento. “Uma delícia”, decreta ele.
Um dos pontos altos do treinamento é a instrução de Ressuprimento Aeroterrestre. Os estagiários tiveram a oportunidade de participar do lançamento aéreo de provisões e conhecer os vários métodos de transporte aeroterrestre. “O ressuprimento aéreo é uma atividade logística, assim como a intendência operacional. É importante que os estagiários conheçam as capacidades operacionais”, disse o Capitão Intendente Alessandro José Machado, que é paraquedista e instrutor do estágio.