Pedro Paulo Rezende
Especial para DefesaNet
Brasília — Uma grande feira como a LAAD oferece uma carga excessiva de informação. Em meio a centenas de estandes, pequenas maquetes se perdem, às vezes com conceitos extremamente interessantes e inovadores. Protótipos promissores e com poucos concorrentes no mercado deixam de chamar a atenção desviada por pavilhões de superpotências.
O Dragão Chinês a cada exposição avança de meras cópias de armamentos ocidentais no passado para produtos sofisticados com soluções inovadoras.
CHINA – Ave de rapina
No Pavilhão da República Popular da China, a Great Wall, empresa que fabrica os veículos lançadores de satélite do país, trouxe um produto que está sob avaliação de países como a Indonésia. Trata-se do WS-43, um mini míssil de cruzeiro desenvolvido como resposta ao projeto norte-americano XM501 Non-Line-of-Sight Launch System (NLOS-LS).
O XM501 (NLOS-LS) foi desenvolvido como principal arma do Littoral Combat Ship (LCS). A ideia era desenvolver um míssil pequeno, capaz de sobrevoar e manter a vigilância da área durante 45 minutos com um alcance máximo de 70 quilômetros. O programa foi mal-sucedido e a Marinha dos Estados Unidos cancelou o projeto em 2012.
O produto da Great Wall tem um tempo de permanência e um alcance máximo ligeiramente menor que o XM501, cerca de 30 minutos, atingindo uma distância de até 60 quilômetros. No estande da Great Wall, uma maquete mostrava a flexibilidade do sistema. Nela, havia três tipos de armamentos em um só disparador.
Na direita, 25 contenedores de foguetes de 122 mm com igual número de recargas. Na esquerda, quatro contenedores capazes de disparar dois WS-43 e dois lançadores de mísseis WS-33, de 400 mm, equipados com sistema de guiagem por GPS e alcance de 70 km. Desta forma, demonstravam a flexibilidade da solução.
O WS-47, além de sua capacidade de ataque com uma ogiva de 20 quilos, mantém a vigilância do campo de batalha alimentando as unidades de comando com dados atualizados.
O míssil, além disto, tem capacidade de detectar e engajar alvos terrestres em movimento em um de seus módulos. Por outro lado, permite vigiar discretamente pontos protegidos por elevações. Trata-se de uma solução que mereceria uma análise aprofundada por parte da AVIBRAS em futuros estudos para aperfeiçoar o ASTROS 2020.
Foto Lucas Lacaz / DefesaNet
Outro interessante e relevante indicador do progresso chinês em tecnologia de defesa está neste lançador compacto vertical com 28 casulos.
Sistemas de lançadores da Great Wall. Foto – Lucas Lacaz / DefesaNet