Mais de cem aviões de combate americanos e sul-coreanos estão participando de exercícios conjuntos de defesa área, informou nesta quinta-feira (20/04) a Força Aérea da Coreia do Sul. O exercício anual "Max Thunder" começou na sexta-feira passada na península coreana, mas ainda não tinha sido revelado.
A ação ainda irá durar mais uma semana e vai terminar na mesma data que as manobras conjuntas de terra, mar e ar Foal Eagle, de dois meses de duração e que envolve 1.200 soldados.
O objetivo é "constranger o inimigo" e "responder a qualquer forma de provocação em qualquer momento e lugar", afirmou o tenente Won In-chul, da Força Aérea sul-coreana, em declarações divulgadas pela agência Yonhap.
"Estamos conduzindo um exercício mais prático e intenso do que nunca", disse o piloto sul-coreano Lee Bum-chul. "Por meio desse exercício, tenho certeza que podemos conter a guerra e acabar com a intenção do nosso inimigo de nos provocar."
Won acrescentou que as manobras conjuntas são uma oportunidade para melhorar as habilidades táticas dos dois países e manter a segurança na península coreana. Neste ano, quase 300 mil soldados sul-coreanos de outras manobras conjuntas, como a "Key Resolve". Trata-se do maior desdobramento desses exercícios anuais, que o regime da Coreia do Norte considera um ensaio para invadir seu território.
"Não mexam conosco"
Em março, os EUA moverem um sistema de mísseis de defesa conhecido pela sigla THAAD para novas posições na Coreia do Sul, o que gerou críticas da China, que ainda procura uma saída pelo diálogo. Enquanto os EUA buscam maneiras de pressionar a Coreia do Norte para acabar com seu programa nuclear, a mídia estatal norte-coreana alertou os americanos nesta quinta-feira sobre um "ataque super poderoso". "Não mexam conosco", disse.
A Coreia do Norte advertiu que aplicará retaliações caso a comunidade mundial aumente as sanções econômicas em represália aos recentes testes militares de Pyongyang. O regime norte-coreano já realizou cinco testes nucleares – dois deles no ano passado. Especialistas estimam que o país esteja adquirindo a capacidade de atingir os EUA com uma arma nuclear.
Qual o poder de fogo da Coreia do Norte?
Um dos maiores exércitos do mundo
Com 700 mil homens na ativa e outros 4,5 milhões na reserva, a Corea do Norte pode convocar a qualquer momento um quarto de sua população para a guerra. Todos os homens do país devem passar por algum tipo de treinamento militar e estar sempre disponíveis para pegar em armas. Estima-se que as tropas norte-coreanas tenham superioridade de 2 para 1 em relação à Coreia do Sul.
Um arsenal de respeito
Segundo o índice Global Firepower de 2016, o país possui 70 submarinos, 4,2 mil tanques, 458 aviões de combate e 572 aeronaves de outros tipos. Um arsenal bastante considerável. Esta imagem de 2013 mostra o líder Kim Jong-un ordenando que os mísseis do país estivessem prontos para atacar os EUA e a Coreia do Sul a qualquer momento.
Poder balístico
Os mísseis aqui mostrados foram exibidos no desfile do dia 15 de abril de 2017, juntamente a outros que passaram sob o olhar do líder Kim Jong-un. Existe, porém, a suspeita de que muitos eram apenas maquetes para impressionar o mundo. Mesmo assim, a capacidade balística do país asiático não deve ser menosprezada.
Coloridas e maciças demonstrações de força
Todos os anos, milhares de soldados e civis desfilam pelas ruas de Pyongyang em paradas militares. A maior destas, no chamado Dia do Sol, honra a memória de Kim Il-sung, patriarca do clã que governa o país desde sua fundação e avô de Kim Jong-un. Os preparativos para os desfiles espetaculares podem levar vários meses.
Testes nucleares
Apesar da pressão internacional, a Coreia do Norte não esconde suas ambições nucleares. Além dos testes com mísseis balísticos, Pyongyang realizou em cinco ocasiões os chamados ensaios nucleares, duas vezes apenas em 2016. O país sustenta que a última ogiva a ser testada pode ser lançada de um foguete, algo que especialistas consideram pouco provável. Ao menos até o momento.
Unidades femininas
Do contingente militar norte-coreano, 10% é composto por mulheres. Elas servem em unidades especiais diferenciadas e devem prestar serviços ao exército por até sete anos, segundo uma lei aprovada em 2003. É possível ver algumas delas patrulhando as ruas com sapatos de salto alto.
Os inimigos de Pyongyang
Além dos EUA, a Coreia do Norte também considera como grandes inimigos a Coreia do Sul e o Japão. Pyongyang vê os exercícios militares americanos na Península da Coreia como uma ameaça à sua população, afirmando se tratar de uma preparação para uma iminente invasão de seu território.
Preparação permanente
As Forças Armadas norte-coreanas treinam permanentemente em frentes distintas para estar prontas para o combate. O legado da Guerra da Coreia, que dividiu a península em dois países ainda unidos por um passado comum, é sentido até os dias de hoje. Na imagem, desembarque de embarcações anfíbias de unidades navais em local desconhecido na Coreia do Norte.
Fim da paciência americana?
Em abril de 2017, os Estados Unidos disseram ter enviado o porta-aviões Carl Vinson (foto) à Península da Coreia, sinalizando possíveis medidas contra Pyongyang. A Coreia do Norte afirmou estar pronta para qualquer tipo de guerra. Fontes de serviços de inteligência afirmam que os norte-coreanos estão a menos de dois anos de conseguir obter poder suficiente para lançar mísseis contra os EUA