Um míssil da Coreia do Norte parece ter explodido nesta quarta-feira pouco depois de ter sido lançado, disseram militares norte-americanos e sul-coreanos depois de detectarem o mais recente de uma série de testes de armas do Estado nuclearizado que alarmaram a região.
A tentativa de lançamento foi feita perto da cidade de Wonsan, no litoral leste norte-coreano, mesmo local de onde o regime disparou vários mísseis de alcance intermediário no ano passado — todos bem-sucedidos, com exceção de um.
"O Comando dos Estados Unidos no Pacífico detectou o que avaliamos ser uma tentativa de lançamento de míssil fracassada da Coreia do Norte… na vizinhança de Kalma", disse o comandante Dave Benham, porta-voz do Comando dos EUA no Pacífico, em um comunicado, referindo-se a uma base aérea de Wonsan.
"Um míssil parece ter explodido segundos após o lançamento", disse Benham, acrescentando que já se está trabalhando em uma avaliação mais detalhada.
Uma autoridade militar da Coreia do Sul disse à Reuters que o míssil aparentemente explodiu pouco depois de ser disparado.
"Pode ter explodido logo depois de decolar da plataforma de lançamento", disse o militar, que não quis ser identificado.
Não ficou claro de que tipo de míssil se tratou. O Ministério da Defesa sul-coreano disse estar realizando uma análise para determinar maiores detalhes.
A frequência cada vez maior dos testes de míssil vem alimentando um sentimento crescente de urgência a respeito da maneira de reagir à nação isolada e imprevisível.
A Coreia do Norte lançou quatro mísseis balísticos perto de sua costa oeste no dia 6 de março, e nesta semana realizou um teste de motor de foguete que seu líder, Kim Jong Un, afirmou ter inaugurado "um novo nascimento" de sua indústria de foguetes.
Ainda na semana passada o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, visitou Japão, Coreia do Sul e China, e um dos principais temas de suas conversas foi como lidar com Pyongyang.
Coreia do Norte não teme ampliação de sanções norte-americanas e irá buscar armas nucleares
A Coreia do Norte não tem nada a temer sobre qualquer ação norte-americana para ampliar sanções que buscam cortar o país do sistema financeiro global e irá buscar uma “aceleração” de seus programas nucleares e de mísseis, disse à Reuters nesta terça-feira um diplomata de Pyongyang.
Isto inclui o desenvolvimento de “capacidades preventivas de primeiro ataque” e um míssil balístico intercontinental (ICBM), disse Choe Myong Nam, vice-embaixador da missão norte-coreana à ONU em Genebra.
A Reuters, citando uma autoridade sênior norte-americana em Washington, relatou na segunda-feira que o governo Trump está considerando sanções radicais como parte de uma ampla revisão de medidas para conter a ameaça nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.
“Penso que isto é resultado da visita do secretário de Estado (norte-americano, Rex Tillerson), ao Japão, Coreia do Sul e China… É claro que não temos medo de nenhum ato como este”, disse Choe à Reuters.
“Até mesmo proibição do sistema internacional de transações, o sistema financeiro global, este tipo de coisa é parte do sistema deles que não irá nos assustar ou fazer qualquer diferença”.
Ele chamou as sanções existentes de “hediondas e desumanas”.
A Coreia do Norte está sob sanções há “meio século”, mas o Estado comunista sobrevive ao enfatizar o juche, ou “autossuficiência”, disse. O país busca a criação de um fórum para examinar a “legalidade e legitimidade do regime de sanções”.
Ele denunciou exercícios militares conjuntos anuais realizados atualmente pelos Estados Unidos e Coreia do Sul na península dividida e criticou comentários de Tillerson durante encontros com aliados regionais na semana passada.
“Tudo que ele falava era sobre os Estados Unidos tomarem ações militares contra a República Popular Democrática da Coreia”, disse Choe.
A Coreia do Norte rejeita afirmações de Washington e Seul de que os exercícios militares são defensivos. Eles envolvem bombardeiros nucleares estratégicos e um submarino nuclear Columbus que recentemente entrou em portos sul-coreanos, disse Choe.
“À luz de tais grandes forças militares envolvidas nos exercícios militares conjuntos, não temos outra escolha a não ser continuar com nossa total aceleração dos programas nucleares e programas de mísseis. Isto é por conta das atividades hostis por parte dos Estados Unidos e Coreia do Sul”.
“Nós fortalecemos nossa capacidade de defesa nacional, assim como capacidades preventivas de primeiro ataque com forças nucleares como peça central”, disse Choe.
Ele se negou a dar detalhes técnicos sobre o mais recente teste de motor de foguete da Coreia do Norte, no domingo, visto como um possível antecessor a um voo parcial de um míssil balístico intercontinental, chamando o teste de um grande evento histórico que levará a “resultados frutíferos”.