O escândalo pela publicação de fotos de marines nuas em um grupo privado do Facebook já se estende a todas as divisões do Exército dos Estados Unidos.O Pentágono afirma que o problema “afeta toda a organização” e que os culpados deverão responder por seus atos, embora ainda não tenham sido apresentadas acusações formais contra nenhum suspeito.
Vários órgãos da mídia norte-americana informaram nesta sexta-feira que as imagens apareceram em numerosas páginas fora da rede social e que continuam sendo acessíveis, até mesmo depois de ter sido fechado o primeiro fórum, o Marines United, onde foram.
O secretário de Defesa, Jim Mattis, afirmou nesta sexta-feira em um comunicado que as atividades “representam uma violação grave dos valores fundamentais” do departamento. “Não toleraremos nem perdoaremos esse comportamento”, disse Mattis, qualificando a publicação das imagens como “inaceitáveis e contrárias à unidade de nossas fileiras”.
“Não estão ajudando”, disse na sexta-feira o Comandante Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Robert Neller, referindo-se aos membros do Exército que participaram do primeiro fórum e continuaram publicando as imagens. Neller acrescentou que esse tipo de comportamento “misógino e depreciativo” contra as soldadas “não nos permite cumprir a missão que este país nos deu”.
O Comandante Neller informou que o Pentágono identificou quase uma dezena de vítimas até agora, mas que o jornalista que revelou o escândalo tem provas que implicam um número superior. “Isso afeta toda a organização”, afirmou, convidando as soldadas cujas imagens foram publicadas a denunciar para que os culpados possam ser identificados. Neller negou que o escândalo seja sintoma de um problema maior nas fileiras norte-americanas, mas disse que “é nosso e o assumimos”.
O Pentágono diz que está estudando a possível violação do código de conduta do Exército por parte dos autores, embora Neller tenha manifestado dúvidas sobre as implicações desses atos. “A investigação nos ajudará a entender até onde vai o problema e os culpados responderão por seus atos”, disse. Ninguém foi acusado até agora pela publicação das fotos.
Os grupos colocaram na Internet várias imagens de soldadas nuas ou com roupas íntimas, feitas sem o consentimento delas ou compartilhadas sem permissão. Os comentários também tinham linguagem violenta e degradante sobre as vítimas. Depois de acessar vários fóruns on-line, a rede CNN confirmou que tanto as soldadas quanto os responsáveis pela publicação das fotografias pertencem a todas as áreas do Exército dos EUA, o que expande o fenômeno para além dos marines.
O portal Business Insider revelou que no portal Anon-IB, que permite compartilhar e comentar fotos anonimamente, aparecem as mesmas fotografias publicadas no grupo Marines United, cujo fechamento foi obrigado pelo Pentágono. As imagens são acompanhadas em alguns casos das identidades das soldadas, assim como seu destino em diferentes bases norte-americanas em todo o mundo.
O caso veio à tona na semana passada quando o blog Reveal News, do Center for Public Integrity, revelou a existência de um grupo no Facebook compartilhado por mais de 30.000 usuários vinculados aos marines norte-americanos no qual as imagens eram compartilhadas. O fenômeno coincidiu com a chegada do primeiro grupo de mulheres aos Fuzileiros Navais e provocou uma nova polêmica por conta de casos de assédio e agressão contra as soldadas norte-americanas.
Desde então, o Serviço de Investigação Criminal da Marinha começou a agir para determinar o alcance do caso assim como a identidade de todas as pessoas envolvidas. O Master Sargent sargento major Ronald Green, principal responsável pelos marines na ativa,manifestou ao Congresso que o grupo Marines United era a “ponta de lança” de um fenômeno mais amplo.
A Força Aérea também confirmou sua própria investigação e os responsáveis pelo Departamento de Defesa comparecerão na próxima semana diante do Comitê das Forças Armadas do Senado para informar os legisladores sobre o andamento das investigações.
O Pentágono afirmou nesta semana que essa conduta “não coincide com os valores” do Exército dos EUA. O Departamento de Defesa ordenou em 2015 que todos os postos militares ficassem abertos à participação de mulheres, inclusive postos de combate. O assédio às marines representa mais um episódio na batalha para acabar com as agressões sexuais nas fileiras norte-americanas, onde as denúncias dispararam nos últimos anos.
Nota DefesaNet
O mantra politicamente correto e a introdução das mulheres, mesmo que tendo de baixar os índices e refazer indefinidamente os testes de aptidão, que era um mantra da administração Obama podem ter ido longe demais.
Esta notícia em tom de escândalo esconde um problema bem profundo.
O editor