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BR-PT – Diálogo da Indústria de Defesa (DID) Brasil-Portugal


Brasília, 23/02/2017 – O Brasil irá reforçar a parceria com os países que integram a União Europeia. A sinalização foi dada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, na quinta-feira (23FEV2017), durante encontro com embaixadores e representantes de 30 países da UE. Segundo Jungmann, o objetivo é estabelecer agenda comum como aquela firmada recentemente com Portugal. Há cerca de duas semanas, autoridades e empresários dos dois países promoveram o Diálogo da Indústria de Defesa (DID) Brasil-Portugal.

“A ampliação da cooperação com países parceiros e a ênfase na cooperação regional como fator dissuasório são elementos que aproximam a nova Estratégia Global europeia e a nova política de defesa brasileira”, disse Jungmann. Segundo o ministro, “a América do Sul e a Europa são fatores de estabilidade estratégica global, em um mundo de permanentes tensões e crescentes incertezas. Coincidimos em nossa caracterização como continentes de paz, cooperação e desenvolvimento humano sustentável. Brasil e Europa são provedores de “bens e serviços públicos globais” de paz e desenvolvimento”.

Mercados

O encontro se deu na sede da União Europeia, em Brasília, sendo aberto pelo embaixador João Gomes Cravinho. Durante exposição, o embaixador informou que o mercado europeu encontra-se em processo de ampla abertura nos segmentos de defesa e segurança, sendo que a partir de 2020 os países estarão investindo cerca de cinco bilhões de euros/ano na aquisição de produtos e equipamentos. “E para isso contamos com parcerias com países amigos, e o Brasil está lá entre os países amigos”, contou Cravinho.

Além disso, segundo o representante da EU, os europeus também estarão destinando recursos para pesquisas. Num primeiro momento, serão investidos 25 milhões de euros, com aumento gradativo até chegar aos 500 milhões de euros a partir de 2020.

Por sua vez, o ministro Jungmann informou que os principais projetos e programas estratégicos das Forças Armadas são com países da Europa.  Eles representam investimentos de cerca de R$ 130 bilhões até 2030.

Novo perfil

Durante discurso, o ministro ressaltou que “em junho do ano passado, a Alta Representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança, Federica Mogherini, apresentou a nova Estratégia Global para a política externa e da segurança da União Europeia, intitulada “Visão partilhada, ação comum: uma Europa mais forte”.

Já em novembro de 2016, conforme pontuou o ministro, “o governo brasileiro encaminhou ao Congresso Nacional a revisão quadrienal da Política e da Estratégia Nacional de Defesa, acompanhada do Livro Branco de Defesa Nacional”. Segundo Jungmann, estes documentos serão debatidos e aprovados pelo parlamento, com ampla participação de setores da sociedade.

“Na perspectiva europeia, a nova Estratégia Global leva em consideração o fato de que os conflitos contemporâneos, híbridos e transnacionais, precisam ser abordados de maneira integrada e com uma visão não apenas regional, mas efetivamente global”, destacou.

E prosseguiu: “A necessidade de construção e fortalecimento de ordens regionais cooperativas e o comprometimento com uma ordem global baseada no respeito ao direito internacional também mereceram destaque na nova estratégia europeia. Constato que há ampla convergência entre as visões europeia e brasileira.”

Ao chegar neste ponto, Jungmann lembrou que “o Brasil mantém parcerias estratégicas com alguns países de vossa região, em projetos da maior relevância para a Marinha, o Exército e a Aeronáutica, nas áreas nuclear, cibernética e aeroespacial, entre outras”.

“Menciono, a título de ilustração, os projetos estratégicos PROSUB, de submarinos, e o HX-BR, de helicópteros, com a França; o FX, de caças supersônicos, com a Suécia; e o AM-X, de caças-bombardeiros, com a Itália. Queremos aprofundar e diversificar essa cooperação”, relatou.

Segundo o ministro, União Europeia e Mercosul têm buscado avançar nas negociações de um acordo birregional que nos permita intensificar as trocas de bens, serviços e investimentos recíprocos. Produtos de Defesa podem e devem fazer parte desse pacote de integração entre nossos blocos. Empresas brasileiras desejam aproveitar as amplas oportunidades de compras que seus parceiros europeus estão oferecendo, no contexto, inclusive, de modernização de equipamentos e ampliação dos orçamentos nacionais de Defesa previstos para os próximos anos.

Ao término do discurso, o ministro defendeu reuniões periódicas com o grupo de embaixadores, e os convidou para participarem, com suas delegações oficiais, da exposição LAAD sobre Defesa e Segurança, que acontecerá de 4 a 7 de abril no Rio de Janeiro. “Será uma oportunidade ímpar para prospectarmos novas parcerias entre nossos países na área de produtos de defesa”, concluiu.

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