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Ministro da Defesa sugere a Pezão que PF investigue boatos divulgados em redes sociais

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse em entrevista a rádio CBN, nesta quarta-feira, que conversou com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, a respeito de segurança pública. Entre os assuntos, Jungmann sugeriu ao governador que policiais federais investiguem boatos divulgados nas redes sociais:

— É preciso chamar atenção de rede social, que tem uma enorme conquista na sociedade, em termo de comunicação e produtividade. Ela não pode ser utilizada criminosamente. Vamos no encalço de quem fizer isso — disse à CBN, acrescentando que o crime difunde e multiplica o pânico entre a população — Isso tem acontecido em Vitória, tem acontecido no Rio de Janeiro, onde foram falsificadas assinaturas de generais, de secretário de segurança, de comandante.

Pela manhã, Pezão se reuniu no Palácio Guanabara com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Wolney Dias; e o secretário de Segurança, Roberto Sá. O governador foi informado sobre o suposto movimento de greve da Polícia Militar, espalhado em uma onda de boatos nas redes sociais. Várias mensagens falsas foram divulgadas e negadas oficialmente pela corporação.

Nesta terça-feira, a assessoria da Polícia Militar do Rio informou que são falsos os comunicados atribuídos à corporação. Na página oficial da PM no Facebook, uma nota classifica os protestos como “legítimos”, mas pede que a tropa busque “a melhor forma de reivindicar nossos direitos”: “Paralisar um serviço essencial afeta toda a população, incluindo nossas famílias. A quem interessa a barbárie?”, continua o texto.

Contra possível motim no Rio, Pezão reajusta salários da segurança em até 10,22%¹

Para evitar um possível motim na área de segurança, o governador do Rio Luiz Fernando Pezão garantiu o pagamento os salários dos servidores da segurança no próximo dia 14, com reajuste de até 10,22%. No pacote de ajuste fiscal para o Estado anunciado no fim do ano passado, o governo previa adiar o pagamento dos reajustes da categoria para 2020.

Pezão conversou nesta quarta-feira com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, sobre a onda de rumores nas redes sociais a respeito de supostos movimentos para paralisar as atividades de policiais militares no Rio, a exemplo do que acontece no Espírito Santo. A ideia é acionar o setor de inteligência das Forças Armadas para tentar localizar as origens do que o governo chamou de "boatos" em nota.

Mais soldados para o ES e monitora outros estados²

O ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), disse ter autorizado a ida de mais 550 homens das Forças Armadas para o Espírito Santo, atendendo ao pedido do governador em exercício, César Colnago (PSDB). Disse também que outros 100 homens da Força Nacional estão sendo enviados para lá, a fim de prestar segurança, só que no interior do estado. Com isso, o número de militares federais reforçando a segurança sobe para 1850.

Há cinco dias, o caos se instalou no Espírito Santo, após o início do motim de policiais militares, que estão aquartelados e sem fazer o patrulhamento nas ruas desde então. Para Jungmann, “o policial que, mesmo com justa reivindicação, permite que cidadãos inocentes sejam assassinados, quer saiba, quer não, se alia aos criminosos, a quem deveria combater”.

Depois de classificar a greve como “um duplo desrespeito”, o ministro explicou: “Primeiro, desrespeito ao compromisso do policial de proteger vida e integridade das pessoas. Em segundo lugar, desrespeito ao cidadão contribuinte que, em última análise, paga os salários dos policiais”, afirmou. De acordo com ele, “por mais justa que seja a reivindicação, ela não pode nunca, nunca, possibilitar atentar contra a vida e a segurança, que são a razão de ser das polícias e dos policiais”.

A preocupação do governo diante da situação no estado aumentou, com a decisão de parte da Polícia Civil de paralisar os trabalhos até a meia-noite de hoje, em protesto contra a morte de um colega de trabalho, quando se deslocava para casa. Por causa da insegurança e da criminalidade, mais uma vez, as ruas de Vitória (ES) amanheceram vazias nesta quarta-feira, com o comércio fechado e boa parte da população assustada, sem sair de casa.

¹com ZH e ²com Veja

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