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15º BPM de Duque de Caxias é o primeiro do estado (RJ) a usar drones em operações

Francisco Edson Alves


Policiais do 15º BPM (Duque de Caxias) passaram a contar com um poderoso “espião aéreo” nas operações e patrulhamentos de rotinas nas comunidades do município. O batalhão, que tem 793 PMs, é o primeiro do estado a utilizar um drone (Aeronaves Remotamente Pilotadas RPA – Remotely Piloted Aircraft – popularmente conhecidas como “drones”, zangão em inglês) — pequeno aparelho não tripulado e controlado eletronicamente —, com capacidade de fotografar e filmar ambientes, inclusive à noite, até a uma altura de dois mil metros, no reforço da segurança.

“O equipamento está em fase de testes, mas os agentes do Serviço Reservado (P2) que o operam, já colhem bons resultados”, garante o comandante da unidade, o tenente-coronel Sérgio Amâncio de Souza Porto. Segundo ele, o drone tem facilitado as incursões da polícia em alguns locais de difícil acesso e conflagrados por traficantes.

Imagens do alto orientam a polícia quanto ao posicionamento e a movimentação dos bandidos, o tipo de armas que as quadrilhas estão usando e onde estão se escondendo, evitando ainda que as equipes caiam em emboscadas. Os agentes garantem que o equipamento ajudou na localização e prisão de uma parte dos mais de 180 presos nos últimos dois meses, com a apreensão de pelo menos 60 armas, entre elas nove fuzis.

No dia a dia, o drone vem sendo utilizado também para ajudar os PMs a reprimir bailes funk não autorizados e promovidos por traficantes; na repressão a motos em situação irregular, utilizadas principalmente por assaltantes e ladrões de carros; e na localização de bocas de fumo itinerantes.

De acordo com agentes da P2, o drone tem feito sobrevoos regularmente sobre as favelas tidas pela polícia como as mais perigosas do município, como a do Lixão, onde um PM foi baleado na sexta-feira, Vai Quem Quer e Jardim Gramacho. A ‘geringonça’ voadora também mapeia caminhos e tenta obter pistas, com base no Disque-Denúncia (2253-1177), pra localizar foragidos da Justiça, como Jackson Neres Batista, o Charlinho do Lixão ou da Vila Ideal, o mais procurado. Líder do Comando Vermelho, Charlinho é sucessor do pai, Charles Batista, o Charles do Lixão.

No ano passado, o DIA mostrou com exclusividade como empresários do comércio iniciaram testes de drones para evitar a ação de assaltantes e sequestradores em shoppings do Rio. Segundo os representantes dos centros comerciais, a intenção é detectar do alto ações de bandidos para que vigias e a Polícia Militar possam ser acionados. Uma diária para captação de imagens aéreas por drone pode custar de R$ 1,5 mil a R$ 6,8 mil, dependendo do tipo de equipamento, câmeras e risco ao equipamento.

Equipamento ainda não tem normas

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determina que os voos dos drones não podem ultrapassar a altitude máxima de 300 metros, assim como os aeromodelos de aviões orientados por controle remoto. Ainda não há uma regulamentação específica no Brasil, mas os equipamentos devem ser registrados no Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Em dezembro, o Decea lançou o Portal Drone/RPAS (www.decea.gov.br/drone), que reúne legislações e orientações para o uso de aeronaves remotamente pilotadas (RPAS, do inglês remotely piloted aircraft system). Uma novidade do portal é o sistema de solicitação de autorização de acesso ao espaço aéreo por RPAS, o SARPAS, que dá mais agilidade aos pedidos. O portal reúne, em manual, informações de segurança e normas.

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